O amor na vida

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Eu me questiono muito sobre o dito amor. Hoje, tenho bem claro o amor entre um homem e uma mulher é algo muito raro, raríssimo. É simples entender, a análise material pesa mais que os sentimentos.Também não acredito em amor homoafetivo. Para mim, existem interesses e conveniências.

É claro, adentrando em Fromm, deveríamos escatalogizar o amor interpessoal e intrassexual. Mas, em qualquer hipótese, pesa sempre o jogo financeiro. Talvez exista amor puro por uma criança e vice-versa, até uma certa idade, Mas pesam mais as idealizações e tudo acaba num maldito mercado. O amor sincero por um pai é sempre objeto de jogos e malversações econômico-financeiras.

Com respeito as mulheres, da minha mãe a minha filha, eu não acredito que uma mulher ame um homem. Existem condicionamentos e o peso de instituições, da regra moral social, ao casamento e o sexual, da gradivez e o convívio num lar.

Eu tinha uma amiga, gostava muito dela e acompanhava sua mais pura intenção em promover a ruptura com seu marido, a despeito das filhas, da igreja e tudo mais. Para mim, ele era uma ótima pessoa, trabalhador, amava as filhas e não merecia a ruptura. Acompanhei os planos da mãe e esposa por dois anos. Aí nada mais influenciava-a, exceto o peso das intrigas, da malandragem do pastor, e quando eu menos notei, estava divorciada. Tinham quase a mesma idade. Quem mais sofreu, foram as crianças.

Sempre, os filhos são os que mais sofrem.

Minha conclusão é fatídica, triste e perturbadora.

Hoje, creio que  existe um amor muito lindo, que é o nosso amor pelos animais. Essa foto é demais e sintetiza bem a extensão de um amor.

Descrente da civilização, das pessoas, da incapacidade de amarmos completamente uma pessoa, sem interesses outros senão o amor pelo amor, hoje acredito que a expressão mais palpável de um amor existe mesmo é com os animais, com os gatos e com os cachorros. Os animais são interativos, receptores do amor mais puro que um ser humano possa exprimir, assim como o amor das crianças, até os 6 ou sete anos. Não mais que isso.

Não acredito em amor de religiosos, mas acredito que os religiosos amem as mulheres e vice-versa. Mas é a condição carnal, e fica nisso.

Eu notei um gatinho preto que dormia na porta da minha casa. Ele adentrava. No início era meio arrisco, mas aos poucos foi se afeiçoando comigo. Tornou-se meu amigo, e acho que ele me ama, pois fica bem feliz quando me vê e não me pede nada, nem comida, creio que ele é filho de alguma casa ao redor. Mas também não me interessa.

Curosamente, esse gatinho me faz ver que ainda existe amor.

Mas fica nisso.

Pessoas como eu tendem a morrer solitárias. Mas é ônus da tentativa de ser coerente.

Relacionamentos são jogos de interesses e intelectuais e fica nisso.

Somos engrenagens da farsa social. Ninguém mais sabe conviver com a verdade, tudo são jogos de interesses, busca de oportunidades e sacanagens menores e maiores, mas nem por isso, menos sacanagem.

Gosto dos amigos e amigas que tenho, embora sejam poucos, mas são amizades que eu reputo sinceras.

Nada mais me surpreende nesse mundo cínico onde o que mais prospera é a falsidade.

Passei os últimos dias bem gripado; sozinho, acostumei a conviver comigo mesmo, minha solidão não é completa porque  – às vezes – ao abrir a porta, o gatinho está ali, como se estivesse, por alguma razão, me esperando.

Nunca defendi consenso e nem creio em consenso. Por isso, não escrevo para agradar a ninguém. Ninguém mesmo.

Não creio que o mundo seja diferente das conclusões a que cheguei.

 

 

 

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