A relação entre a resistência de nossas construções e a velocidade dos ventos

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Interessante essa discussão aberta sobre a relação que se estabelece entre o vento e a resistência de nossas casas. Nesse tornado que atingiu a cidade de DOM PEDRITO tempos atrás, a velocidade dos ventos foi de 171 km/hora. E centenas de casas foram danificadas, tetos arrancados inteiros.

Um arquiteto, amigo meu, me disse que o ideal era que nossas construções fossem feitas para resistir ventos de até 150 km/hora. Ademais, ele acha que a média de nossas construções locais, especialmente no que tange as moradias populares, a resistência quando muito fica entre 100 e 110 km/hora.

Traduzindo, se nossos conjuntos habitacionais mais pobres forem atingidos por ventos de até 110 km/hora podem saber que o estrago estará feito. O que ocorre está relacionado com os custos baixos dessas obras e – segundo ele – “hoje o problema está todo no cintamento…essas tesouras que recebem os brazilites, o que acontece? Os caras passam uma ponta de arrame em roda da viga de periferia e tá feita a matação…ademais, as madeiras são frágeis, deixam umas longe das outras para pouparem e aí quando vem um vento um pouco mais forte levanta tudo”.

Por mais que se venha com esse papo de que a tragédia é imprevista, a grande verdade é que existem estudos técnicos que estabelecem essa relação entre a resistência das construções e a força dos ventos. Em  passado recente, um tornado similar, embora em velocidade mais baixa, atingiu as imediações de Unistalda, Iguariaçá, Maçambará e parte de Manoel Viana. O estrago foi bem conhecido de todos nós.

Ora, se tal fenômeno climático doravante vai acontecer com mais frequência em nosso meio, está na hora de as autoridades, especialmente o pessoal do CREA, abrir um debate com os profissionais, com a sociedade, com os políticos e até com a imprensa, visando formar uma cadeia crítica sobre o assunto.

É claro que quem deveria puxar um debate dessa natureza era a URI, através do curso de Arquitetura. Prefeitos, vereadores, imprensa regional, agentes políticos, defesa civil, bombeiros, PMs, todos deviam ser envolvidos.

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