A rigor, não me surpreendi muito com essa virada maluca do ano de 2020. Tudo posto a provas, da nossa saúde, as nossas amizades, aos vínculos familiares.
Muitos fatos estão me sendo lúcidos. Perdi muitas amizades, que, certamente nunca existiram. Ouvi pessoas com as quais, nunca tive um milímetro de atrito, acusando-me brutalmente. Por outro lado, descobri pessoas que eu nunca imaginei, que se tornaram grandes amigos.
Da mesma forma, mantive amizades puras, amigos de todas as horas, que continuaram amigos sempre, de sempre, para sempre.
Com minha vivência sempre entendi que os nossos maiores inimigos são as pessoas mais perto de nós e nossos familiares, que desenvolvem um vírus mortal de destruição, sabe-se por qual origem.
Pela primeira vez em minha vida, completei 8 meses sem trabalhar. O quadro do coronavírus me preocupa, pela idade e pela diabete sem sinal de estabilização.
A vida totalmente sozinho, como vivo, é muito triste, mas é preciso consciência de que a cruz de cada um de nós, somente nós somos capazes de carregá-la e a levamos para o túmulo, com nossas mazelas, alegrias, derrotas e vitórias.
Eu sei descobrir as coisas, sei entender de onde partem os dardos mais terríveis e depreciativos. Como eu sei … as coisas chegam até a gente pela puerilidade de algumas pessoas. Embora tenha conhecido gratificantes amizades, a falsidade e o cinismo de outros, que se diziam amigos e amigas, assusta pela gratuidade.
Muitas vezes tentei, inultilmente, um contato, um oi, uma simples palavra, simples o suficiente para abrandar a depressão da solidão e o pavor do isolamento imposto pela força desse vírus maldito.
Descobri tanta falsidade, de onde eu menos imaginei, tanta doença no tecido social, na ausência de caráter de quem vive de jogar nas sombras, no obscuro.
Não pretendo mudar uma vírgula meu modo de ser. Espero sair vivo na outra ponta, mas se não sair, não muda nada em minha vida.
Vivendo, vivendo, vivendo e aprendendo.