Não iria escrever nada no dia de hoje, justamente porque é meu aniversário.
Abro uma exceção, apenas uma, para reafirmar o quanto a Dialética é um instrumental de análise sério e profundo e pelo acontecimento de uma morte.
Tive a rara oportunidade de admitir o quanto estive errado com algumas pessoas, as quais sempre admirei e amei. Mas entendo que essa é a lógica da vida. Todos temos virtudes e erros.
Ganhei um presente do dia dos país, vésperas do meu aniversário, que mexeu profundamente comigo, foi no âmago de minha alma, foi a sensação mais dura e pesada que já vivi em toda minha vida. Mas, enfim, a vida é assim mesmo, somos marcados por alegrias e por tristezas.
Confesso e admito que não esperava o presente e nem a recordação do dia dos pais, mas tendo vindo para mim, não adianta fingir, dissimular, fui ferido na essência do meu eu, e preciso planejar minha vida, replanejar tudo do nada, vou ter que contar tudo a minha amável psicóloga, que sabe me ouvir, e fazer uma síntese analítica de tudo. Eu sempre tive princípios, pois não minto e nem recuo depois de fazer algo. É pela firmeza das ações que vejo o caráter das pessoas. Talvez eu seja muito mais observador do que demonstre.
Como nasci pobre, nunca quis ser além do que realmente eu sou. Sou pobre e nunca almejei nada além da comida e de uma roupa. Eu nunca soube ser um advogado, até porque nunca gostei de cobrar das pessoas.
Completo mais um ano de vida, sem nunca ter ingerido bebida alcoólica, nunca botei um cigarro em minha boca, não conheço maconha até hoje, nem cocaina e sou feliz com a minha vida simples. Não sou perfeito, mas podem ter certeza que eu não minto, se eu não gosto eu não gosto e ponto final.
É minha primeira postagem depois de perder tudo, tudo, tudo. Eu não tinha percebido ainda que houvera uma morte em minha vida e o dia dos pais, com toda simbologia, clareou-me os olhos para eu acordar que estou sozinho no mundo. Vou viver até enquanto eu puder, ao meu jeito, ao meu modo e dentro de todos os meus Princípios.
Peço desculpas aos meus amigos e amigas, mas meu plano é ficar em casa o dia todo, pensando, refletindo e assimilando a emergência do que brotou e que meus olhos me fizeram ver.
Sempre serei o mesmo Júlio. Nunca vou me negar de atender uma pessoa que precise de mim. Continuarei avesso a mentira e, mesmo que eu perca ou me prejudique, nunca vou mentir. Quero morrer assim, sem legado, sem nada, sozinho. Apenas honrando meus amigos e amigas sinceros e sinceras.
No dia dos pais, colhi o fruto mais amargo de que um mal que conduz a outro. Foi a calhordice de um amigo, que se dizia meu amigo, que me levou a descobrir o maior de todos os males e a maior de todas as derrotas que eu tive em minha vida.
Como eu nunca menti e tudo na minha vida foi sempre aberto, não tenho motivos para comemorar e sim tenho o dever ético-humano de seguir em frente.
Vou apenas ouvir MOZART, RÉQUIEM, da Orchestre national de France.
Desejo um bom dia a todos e a todas.