*JULIO PRATES
No ano de 1985 fui assistir uma palestra no plenarinho da Assembléia Legislativa gaúcha com o então deputado estadual Eduardo Suplicy, Ao final, apertei-lhe a mão e disse-lhe meu nome: – prazer, JÚLIO PRATES. Suplicy apertou-me a mão e perguntou se eu era paulista, ao que respondi que não, que era gaúcho mesmo. E ficou por isso mesmo. Na época não existam celulares e ninguém tirava fotos, pelo menos não como nos dias atuais atuais.
Passam-se os anos e um amigo namora uma moça de SP, muito rica, filha de um próspero criador de gado e que tinha sido prefeito de Andradina. Ficamos bem amigos e ela, sagaz e inteligente, aluna da Largo de São Francisco, onde estudava Direito, me chamava de Conde Prates, apenas a título de brincadeira, embora ela soubesse toda a história da família Prates em SP e a briga pelo espólio.
Agora, recentemente, essa minha amiga, que é filha de duas famílias altamente fortes de elite paulista, médica Marcia Tabacow, sobrinha do fundador do hospital Albert Einsten me mandou várias páginas com as histórias da família Prates e me saiu com uma pergunta super estranha: – tu nunca ouviu falar em NINO PRATES?
Eu apenas ri, pois Nino Prates era meu pai, é claro, ninguém nunca o acharia, pois ele foi batizado com o nome de DELFINO PRATES, mas todos o conheciam como Nino Prates e deriva-se daí o nome de NINA PRATES (foto) minha filhinha, que ontem completou 15 anos.
Sei que joguei um balde de água fria nessa minha amiga, mas nunca dei a menor importância para bens dos outros, sempre vivi do meu trabalho e sou um homem muito feliz com o que tenho, que é: nada tenho.
Mas o que busquei, eu encontrei em minha busca pelo conhecimento e nunca abriria mão de nada por dinheiro. Já descobri campos em nome do meu avô no rincão dos Soares e passei a escritura para um primo, que era, à época, capitão do exército. Não me interessa nada mexer em heranças. Da mesma forma, quando eu era casado com Eliziane, quando o advogado santiaguense CARLOS BATISTA GARCIA, insistiu horrores para me passar seus campos, no Carovi, para meu nome; tadinho, morreu queimado na lareira de sua casa no Carovi e não pode realizar seu sonho de dar-me suas terras. É irmão do médico santiaguense Elizeu Garcia e do médico-veterinário Sérgio Garcia. Durante 4 vezes disse a ele que não queria suas terras.
Talvez eu seja como esse meu amigo que faleceu queimado. Não apreciamos bens materiais. Apenas vivo do meu trabalho e jamais fui ligado em terras, terrenos, casas … É da minha índole. Sou assim e sou muito feliz assim como eu sou. A pessoa que eu mais gostei nessa vida apresentou-se para mim como uma pessoa terrivelmente pobre, contou-me que quando veio conhecer Santiago, ao meio dia, comeram um xis dividido ao meio. Depois, foram a pé para a URI. Sei que é estranho, mas existem pessoas assim nessa vida. O único valor de minha vida foi-me tirado numa armação podre, mas estou vivo, seja por confiar na justiça ou ainda fazer justiça.
Mas continuo fiel ao meu estilo de vida e ao meu verdadeiro eu. Jamais me sentiria bem tendo e vendo as demais pessoas sem nada.
O negócio de cada um de nós é viver em paz com suas buscas e seus sonhos. Meu sonho, era estudar sociologia e direito, e estudei, recebi nas faculdades as sistematizações de tudo e isso era o que eu almejava. Sou um homem completo e feliz, embora sofra muito com retinopatia diabética e a paulada da armação de um suposto amigo, que conhecia meus documentos do exército, e vazou todos e tudo, provando ser tão sujo quanto inescrupuloso e ignorando o que foi feito na justiça militar pelo talentoso advogado Ronaldo Miorin, a partir do ano de 1989.
A confusão midiática entre sunitas e xiitas, e a deliberada entre sionistas e antissemitismos, tem um professor local que adora me atacar me chamando de antissemita; apenas dou aquela risada sarcástica, pois ele sequer sabe o que o sionismo, pobre dos alunos. Apresentam o Hamas como aliado do Irã. Errado, o Hamas é sunita e os persas, desde a revolução islâmica, 1978/79, são xiitas. O que concluo é simples, não sabem a diferença entre sunitas e xiitas.
O nome sunitas vem da expressão “Ahl al-Sunna”: “o povo da tradição”. Os sunitas defendem que qualquer mulçumano virtuoso poderia suceder o profeta Abu Bakr.
Os xiitas defendem que somente descendentes do profeta Ali Bin-Abu Talib poderiam assumir o comando dos muçulmanos. Os sunitas defendiam que qualquer um, desde que fosse um muçulmano, poderia suceder o profeta Abu Talib.
Embora ambos lutem contra Israel e contra os EEUU, xiitas e sunitas, são adversários históricos. O Hamas foi criado a partir da Irmandade Mulçumana, organização presente na Faixa de Gaza desde 1945 e sempre foram sunitas, isto é, defendem que qualquer mulçumano pode suceder o profeta, bem diferente dos xiitas que defendem que somente os descendentes do profeta Abu Talib poderiam sucedê-lo.
Esse ponto de discórdia entre sunitas e xiitas os coloca em campos opostos até os dias atuais. Assim, é um erro dizer que o Hamas tem ligações com o Irã, como fazem os analistas da rede globo.
Já o Hezbollah, que tem suas tropas no sul do Líbano, este sim é ligado ao Irã, pois ambos são xiitas.
Mulçumano é o nome dado a quem pratica a religião Islâmica, estribada nos princípios concebidos pelo profeta Maomé. Existem muitos povos que são árabes que não são muçulmanos e existem muitos povos muçulmanos que não são árabes. O próprio povo persa, do Irã, não são árabes. Existem muitos brasileiros, por exemplo, que não são sequer descendentes de árabes e que são da religião mulçumana. Pela versão sunita um brasileiro poderia liderar os mulçumanos e pela versão xiita isso jamais poderia acontecer. Não sei se temos brasileiros descendentes do profeta.
O epicentro da origem dos povos semitas, congrega árabes, judeus, assírios, fenícios e aramaicos (Jesus Cristo sempre falou aramaico). Assim, árabes e judeus tem a mesma origem, ambos são semitas. Os judeus não sionistas são grandes aliados dos povos árabes. O problema grave nisso tudo foi a fundação do sionismo, que é o grupo político que segue o premier israelense Benjamin Netanyahu.
Dentro do Estado de Israel existem 17.8% de mulçumanos e 20% da população de Israel é árabe. 2% da população de Israel é cristã.
O sionismo atual começou, em tese, em 1896, portanto, é muito recente. Tudo iniciou com o livro, O Estado Judeu, escrito pelo Theodor Herzl. Ele começou a defender o direito de os judeus terem um Estado próprio, isso nasceu de uma vertente nacionalista e altamente racista, que é combatida pelos judeus de esquerda de origem marxista, sendo que o próprio Karl Marx era judeu, assim como Lenin, o líder da Revolução Russa de 1917, também como Leon Trotsky, também judeu e líder da revolução russa.
Não sem razão, uma parte do PDT e quase todo o PT (existem exceções) se opõe ao Estado sionista de Israel e defendem os povos palestinos e quase toda a direita defende o sionismo judeu e Netanyahu. As exceções dentre os petistas estão cristalizadas no senador Jacques Wagner, PT da Bahia.
Recentemente, o jornalista petista Breno Altmann, judeu, tratou o tema do sionismo evangélico, que é defendido por brasileiros, por exemplo, não judeus, mas altamente simpáticos ao sionismo de Netanyahu, embora ninguém saiba nada sobre sionismo e semitismo, exceto conceitos copiados do google.
Gostei muito de saber a história dos SOARES, pois minha mãe era SOARES DE LIMA, esses me encantaram com suas histórias, eram genuinamente assassinos, matadores, bandidos, bondosos e justos. Descobri num livro de autoria do Advogado José Élvio Simões, aqui de Santiago, a história dos SOARES e – curiosamente – eram todos paulistas. Que ironia, ironia fina!!!
Por fim, hoje, quando fui buscar meu almoço, encontrei o meu prezado amigo Historiador Joaquim, um dos teóricos mais preparados na Igreja da Comunidade, tanto que faz missões na África e viagens a Israel. Gosto muito do Joaquim e somos amigos há dez anos, conheci-o no Capão do Cipó, em 2014. Joaquim sabe que eu rompi com Israel por causa de GAZA. Sou antissionista mas não antissemita, apesar de viver no meio da insipiência.
Minha tarde triste de ontem, para fechar, fui tomar café com torta com a Dona Ana Viero e o Dr. Aléssio Viero Neto. Um raro casal de amigos, gente de fibra e honrada. Noto uma mansidão na companhia desses amigos. Gente serena, tranquila e de paz.
*Jornalista MTb-RS 11.75, Jornalista Internacional com registro de Editor nº 908225, Sociólogo, Teólogo e Advogado.
Pós-graduado em Leitura, Produção, Análise e Reescritura Textual e também em Sociologia Rural.