Fonte – G1 – Por Giovani Grizotti, RBS TV
02/06/2025 07h34 Atualizado há 5 minutos
Nove supostas vítimas foram identificadas pela Polícia Federal. Pacientes eram informadas de que, apesar de internação e procedimento ocorrerem pelo SUS, era necessário pagamento extra para garantir que médicos participassem do parto.
Um suposto esquema de cobrança indevida por partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi descoberto pelo Hospital de Caridade de Santiago, na Região Central do RS. A própria instituição comunicou o caso à polícia, que passou a investigar dois médicos — um casal de obstetras — suspeitos de praticar a irregularidade.
A descoberta partiu da ouvidoria do hospital, que, ao realizar pesquisas de satisfação com pacientes, recebeu os primeiros relatos de cobrança indevida. A reportagem da RBS TV teve acesso a áudios e depoimentos das supostas vítimas. Em uma das conversas gravadas, uma paciente relata:
— A cesárea foi, a gente pagou uma diferença pra ele, mas a baixa foi pelo SUS.
— E qual foi o valor que tu pagou?
— R$ 1 mil.
Segundo uma paciente ouvida pela reportagem, o pagamento foi feito em dinheiro, diretamente na clínica particular do médico obstetra Cristiano Weber da Silva. Outro trecho do áudio reforça a informação:
— E como foi esse pagamento?
— Foi em dinheiro mesmo.
— No hospital ou no consultório?
— No consultório dele.

Médicos foram descredenciados pelo hospital
O diretor do Hospital de Caridade de Santiago, Ruderson Mesquita Sobreira, confirmou que, assim que surgiram os indícios, a instituição adotou providências imediatas.
“A diretoria levou ao conhecimento das autoridades e realizou um procedimento interno que resultou no descredenciamento dos profissionais do corpo clínico”, afirmou.
Nos depoimentos prestados à polícia, uma das pacientes relatou que, além de pagar ao obstetra Cristiano, também foi cobrada pela esposa dele, a também obstetra Éllen de Freitas Medeiros.