*JULIO CÉSAR DE LIMA PRATES
Santiago tem suas relações socioeconômicas assentadas há mais de cem anos na mesma matriz produtivo/econômica. Diversas vezes já demonstrei que nosso município só sobrevive dos recursos gerados pelos servidores públicos, sejam estaduais, federais ou municipais. A participação do agronegócio é baixa e o setor primário gera a agricultura de subsistência. E fica nisso, exceto as grandes lavouras.
Dos governos do PP, os únicos que teviram uma visão estratégica no sentido de alavancar o setor produtivo, criando um novo modelo, foi o caso de Braspelco, bem concebida por Chicão e as Malhas Karbain no governo Cássio Peixoto. Vulmar Leite concebeu a cadeia produtiva do setor moveleiro, o que não deixa de ser uma tentativa válida.
Com o país assolado por uma profunda depressão econômica, fruto de uma crise mundial, o atual governo municipal não consegue dar respostas, mínimas que sejam, acerca da matriz econômica. Isso explica a grande quantidade de pessoas desempregadas em Santiago, a miséria que assola nossos bairros mais humildes, a fome ronda os lares dos menores e menos assistidos, mais grave que isso é 30% da população de Santiago vivendo com meio salário mínimo. .
O governo municipal, liderado pelo PP, não soube preparar o município para a crise. Thiago Lacerda investe numa linha absolutamente errada, pois apenas incentiva ensaios comerciais. E aqui reside o maior erro do PP. O comércio local é bem especulado dado aos recursos injetados na economia municipal pelas folhas dos servidores. Entretanto, o comércio gera poucos empregos e vivemos uma rotatividade muito grande de mão-de-obra, onde verdadeiro emprega e desemprega.
Santiago tem abundante matéria-prima: carnes, grãos, couro, lãs…Um enorme potencial para a fruticultura, no entanto, nunca conseguiu viabilizar uma cadeia produtiva consistente e duradoura.
O governo Thiago Lacerda é absolutamente inoperante para mexer na matriz produtiva do município, que é polo regional e poderia modificar as relações em toda a região.
No entanto, afora os factoides, de concreto, nada. Nas vilas, grassa a desencanto, a desilusão, a miséria e a fome. Sem trabalho, sem perspectivas, vivendo na indignidade, somos todos assolados pelos problemas sociais reflexos da economia pauperizada e de um governo municipal que até hoje não deu respostas no campo da reversão do setor agroindustrial.
Nesse ano teremos eleição e o fim do governo de Thiago Lacerda, que até agora se não apresentou nenhuma inovação no sentido de mudar a matriz produtiva arcaica, que há mais de um século atrasa nossa região e tranca as perspectivas do desenvolvimento associado: científico e tecnológico.
Nunca a miséria foi tão grande nos setores pobres de nossa sociedade. E – no fundo – somos todos impotentes para intervir no eixo econômico e mudar a matriz produtiva. Nem a Universidade local e nem poder público é capaz, sequer, de organizar um seminário para traçar as bases de uma inovação transformadora em nossa economia.
*Autor de 6 livros, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registro Internacional de jornalista nº 908 225, Sociólogo e Advogado inscrito na SA OABRS sob nº 9980.