Eu nunca escondi de ninguém que sou evangélico, embora um pouco atravessado com o fenômeno do bolsonarismo que tomou conta das igrejas. Eu sempre defendi que a religião e a política precisam ser separados.
Eu tenho uma grande amiga, amiga de muitos anos, que é mãe de santo numa terreira em Porto Alegre. Ela levou minha foto com a Nina para a grande-mãe da terreira. Ela me mandou um áudio e depois me ligou. Me contou que ela é filha de Ogum, tem 70 anos, mas é ligada a religião desde os vinte anos.
Ela me contou que na família dela todos são evangélicos e que a única que é batuqueira é ela. Ela me falou no bem e na bondade e contou-me aspectos de sua terreira. Ela é muito conhecida dentro de Porto Alegre e confesso que fui tomado pela supresa de receber um áudio direto dela, afinal afora não ser nem espírita, ela me tratou muito bem, despida de preconceitos, diz que vive acendendo velas para os familiares dela que são evangélicos.
A força de uma foto é algo incrível. Ela viu minha foto com a Nina e gravou-me um áudio, disse, em suma que temos o mesmo olhar. Achei interessante por onde ela entrou. Nos que estudamos medicina legal, eu fui aluno do Osvaldo Wolff Dich. que, à época, era diretor do IML e dava-nos suas aulas no próprio local, em Porto Alegre.
A gente adquire, por força da medicina, tendências que guiam nossos passos para o resto de nossas vidas. Fui namorado de 2 médicas. Embora médicas, tinham opiniões bem diferentes sobre a Nina. Uma, entendia que Nina não tinha nada de mim. A outra, achava que Nina tinha tudo a ver comigo.
Agora, foi a vez de ouvir essa poderosa mãe de Santo de Porto Alegre. Ela foi taxativa no áudio dela: vocês tem o mesmo olhar. A menina tem a tua face, os teus traços e o teu olhar. É incrível – para mim que sou batuqueira – olhar o teu olhar e o dela. Vocês estão em plena sintonia. Se você cai em depressão a Nina fica deprimida, se vocês está bem e alegre, ela fica bem e alegre.
Eu agradeci a fineza dessa senhora e fiquei impressionado com a forma com a qual ela tratou-me: gentil, educada e dócil. Uma rara pessoa, voz mansa e suave.
Valeu postar uma foto com a Nina na minha página de facebook. Embora essa minha amiga e o Mestre José de Orixá, aquele que morou anos aqui em Santiago, hoje todos moram no litoral gaúcho, em Tramandaí e em Capão da Canoa.
Eu sempre tive uma relação muito boa com todas as religiões, sempre respeitei todos e nunca fiz ataques a quem quer que seja.
O mestre José de Orixá agora falou para o Vilson cavalo que quer um livro sobre sua vida e o quer escrito por mim. O José cresceu muito na fama, passa em canais de TVs e ficamos amigos do nada; um dia, gratuitamente, ele chegou na gráfica e eu o atendi, pela manhã. Iniciou ali uma grande e eterna amizade, pois somos amigos até hoje.
Assim é a vida. Nossas relações, nossos reflexos. Se eu fosse supersticioso, certamente não ganharia uma jogada búzios graciosamente e nem teria a atenção da maior mãe de Santo de Porto Alegre. É claro que esse alargamento de horizontes eu adquiri com o pastor Cáio Fábio, um psicanalista raro, altamente bem formado e eleitor de Lula, a exemplo do teólogo batista agnóstico Osvaldo Ribeiro, que hoje é meu maior orientador em bíblia hebraica. Devido a minha monografia sobre o Talibã, tenho uma professora on line que me dá 3 horas de aulas semanais de árabe. Gosto muito dela. Querida, didática e uma pessoa maravilhosa. Qualquer dia vou a Rivera só para conhecê-la, porque eu sou um comprador zerado, não compro nada de nada. Vou para conhecer sua família, seu esposo e crianças.
Aliás, on line, agora é tudo. Meu orientador, minha professora de àrabe e minha psicóloga. Modernidades.
A gente nunca deve subestimar ninguém. O que descobri sobre o Talibã que não é contado pela imprensa, e as amplas simpatias do movimento em nosso país, me foram contados pela minha professora de árabe on line.
É amplamente aberto a todos as simpatias dos árabes pelo Presidente Lula.
Amanhã, volto com mais um texto.