Depressão, mortes, rituais de magia negra, feitiçarias e o lado oculto da sociedade. Sobre mortes, vidas e encomendas de vidas

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Eu sempre fui muito preocupado quando descubro a doença de algum amigo ou amiga. Quando morre alguém perto de mim ou próximo, sou invadido por uma depressão sem precedentes. Sempre assumi que não sei trabalhar com a perda da morte e sempre assumi, ainda muito criança, que eu tinha uma doença muito estranha, que me invadia e ficava meses atormentando minha cabeça.

No prédio onde fica a justiça federal hoje tinha um edifício denominado São Jorge. Em frente, numa larga e longa paineira, eu, criança, usava-a para embalar-me, embora fosse dentro do pátio da Artilharia. Dias atrás, olhei a gigantesca paineira e não mais a encontrei, apenas uma outra, pequena, mas não é a mesma que eu brincava.

Foi nesse prédio que assisti a primeira morte de uma mulher, se não estou enganado, era Helena o nome dela e o marido que a matou devia ser seu Guedes. Eu creio que fui a última pessoa que a abrandou ante a incompreensão de morte. Eu era tão criança, tão tenrada idade, que mal entendia que ela estava partindo, mas a via partir, vi seu último suspiro, até que os adultos me tiraram do seu redor.

Mal sabia eu que começaria ali uma dor sem precedentes em minha alma. Fiquei meses com aquela cena na memória e passei a dormir com a imagem daquela pobre mulher.

Num curto espaço de tempo, um senhor tira a vida, com um tiro, na rua Félix da Cunha, esse eu não vi seu corpo, mas fiquei por um longo tempo ouvindo os choros e os lamentos de sua esposa, que perguntava ao voz alta para o corpo, porque tu fez isso, tirou o alimento da boca dos teus filhos e chorava e chorava. Creio que em nenhum dos casos eu tinha 7 anos de idade, mas foi o suficiente para me criar um forte impacto de não compreensão e repulsa da morte. Sem saber, foi ali que comecei a desenvolver a depressão que me acompanharia toda a vida.

Vivenciei, nos dias atuais, 3 mortes que me deixaram mágoas profundas. O Chicão, por alguma razão que eu nunca entendi direito, gostava muito de mim. E falava-me assuntos que eu sei que ele só falava para mim. Sempre me ligava pela madrugada, sempre depois das duas ou três horas. Quando ele quis me abrir que faria uma chapa para concorrer a direção da URI, me ligou. Eu estava sozinho e Eliziane estava para o Puitã. Ele foi para minha casa passadas duas horas da manhã. Levou 2 garrafas de vinho Santa Helena, embora soubesse que eu não bebia. Abriu-me tudo sobre a eventual candidatura do Chico Gorski e o pavor de enfrentar o grupo da Professora Aida. Ficamos fazendo projeções até as 5.30 da manhã. Como seriam os votos entre os alunos, professores e servidores. Expus-lhe muita incerteza e até o temor acerca do nome que indicaríamos para pró-reitor de ensino.

Chicão confiou toda a negociação com a URI Erechim a mim e fui o negociador oficial. Mas impus-lhe, na conversa, a necessidade compormos com outras forças, e citei os petistas da universidade. Dois dias depois ele me falou no nome da professora Michele e eu gostei, pois ela tinha um perfil meio petista. O diretor-financeiro da chapa seria Vilmar, mas teve seu nome vetado por ser maçom e foi aí que surgiu o nome do professor Padilha.

Em Erechim, com a Eliziane grávida, um enorme barrigão, descubro a rejeição do reitor e do candidato a reitor ao nome que levávamos de Santiago para pró-reitor de ensino. Voltamos para Santiago com a surpresa, pois o grupo de Erechim queria a professora Salete. Num jogo truncado e quase incompreensível apareceu o nome da professora Rosane Vontobel. Chicão era um democrata e aceitou bem a indicação, embora eu não tenha entendido mais nada. Quer dizer, entendi sim, mas fiz de conta que não entendi, sem saber que ali estava sendo selado o destino de sua própria vida.

Certa noite, alta madrugada, eu estava na sala de casa, quando toca o telefone da Eliziane. O meu estava desligado. Era a Mara Machado, secretária de saúde, avisando que Chicão houvera morrido. Pela voz da Eliziane, senti a tragédia. Ela exclamou em tom alto: morreu!!!

A Mara ligou para o Ruivo e para mim. Pedi para a Eliziane enrrolar a Nina, peguei o carro e chegamos no local. Tão logo chega o RAFAEL e o Arami da RBS e o corpo foi levado para o necrotério do hospital. Éldrio é o primeiro a chegar, Ruivo e Tavinho e eu e Ruderson ficamos com legista. A marca do cinto gerava uma situação confusa.

Fiquei seriamente impresionado com a morte do Chicão porque tínhamos tido uma discussão muito forte sobre o plantio de exóticas no bioma pampa. Só que Chicão pediu para o Tavinho me ligar e marcou que iria na minha casa as 18 horas de domingo, era seu último domingo de vida.

Foi uma conversa longa demais. Acertamos os ponteiros, Chicão mandou-nos pegar a chave de apartamento próximo ao Carrefour, pois a Eliziane já era aluna especial do Doutorado em Ecologia na UFRGS. Chicão não queria ficar mal comigo e eu era importante na sua vida. Fechamos todos os acordos e iríamos morar no seu apartamento, dependendo apenas de pegar a chave com o Tavinho.

Quando Chicão vai para seu carro vem a sentença. Seu Línea, o mesmo que morreu na sexta-feira, estava sem motorista e eu lhe digo: – cara, tu um deputado e andando sem motorista? Chicão me respondeu com naturalidade, tu sabe que eu estou marcado, nem adianta fugir. 

Quando a Eliziane me contou, ao sair do seu quarto, que ele estava morto, não me saia da cabeça sua frase: tu sabe que eu estou marcado, nem adianta fugir. 

O curioso é que todos estavam envolvidos em altos rituais de magia negra.

Faltava uma semana para a Nina nascer. Eu vou sair de casa e vejo uma enorme bandeija, com velas pretas, sangue, pipocas, uma galinha preta com a cabeça cortada, era um enorme trabalho. Para não deixar a Eliziane ver, pois ela é facilmente impressionável, coloquei tudo num saco branco de adubo e ainda pensei em fazer uma galinhada com aquela galinha preta do ritual. O que poucos sabem é que eu era um campeão de fazer galinhadas com galinhas encontradas em rituais, a Dona Anita, viúva do advogado Frederico, sabia quando batíamos com sacos de galinhas em sua casa. Grande parceira e amiga, fazia a festa conosco.Hoje eu moro na casa do Dr. Frederico e dela.

Chega noite, Eliziane vai tomar um banho e sai do banheiro mal. Contava-me que estava com um olho caindo e tinha perdido o controle sobre a boca, que também caia. Teve uma gigantesta paralisia facial.

Mas até aí normal. Quando a médica da Eliziane, Dra. SÔNIA NICOLA, pede-me para levá-la ao Hospital, lá chegando encontro sentada a Psicóloga Cláudia Bolzan, esposa do Tavinho, que era chefe de gabinete do Chicão e um amigo raro, um grande amigo meu. Pergunto o que ela fazia no Hospital e ela me conta que o Tavinho houvera tido uma paralisia facial, caiu o olho, a boca, exatamente o que aconteceu com a Eliziane. Foi ali que eu vi que era um ritual orquestrado e eu sabia que trabalhava por dinheiro. Mas mal podia acreditar, pois sabia de minha condição de profundo conhecedor do ocultismo.

Em suma, ambos tiveram a mesma doença, na mesma hora, na mesma noite, no mesmo dia. Eu sai do Hospital puto da cara com o feiticeiro e o botei-lhe a boca.

Eu sei todo o ritual que foi feito, até o que foi empregado, tanto que uma tentação, também sofreu paralisia idêntica a de Eliziane.

Tavinho ficou muito abalado, sofreu muito, com o olho e com boca. Mas o ritual contra ele tinha também o ódio contra o pai dele. Quando Guilherme me disse que ele não resistiria, orei por ele, mas não acreditei, afinal era tão moço.

Quanto a destruição de minha família, pouco me importei, porque isso era uma conjunção de vontades e minha posição era só uma. Reta e única. Sei que o que fizeram contra mim, quem fez e participação de cada um. Agora, vem o ajuste.

Todos pensam que Eliziane me deixou. Eu nunca me importei com a versão. Na noite de festa dos pais, recebi um olhar encantador e ali já não me importei com os socos que recebi. Eu só pensava na outra.Era estupidamente linda. Vivi a intensidade de todos os momentos e foram mágicos e inesquecíveis. Nenhum arrependimento.

Dias atrás, voltei a Cachoeira, reuni-me com o cacique e pedi proteção para a Nina, embora eu saiba que os feiticeiros de outras regiões, especialmente um que foi contratado para me matar. O grande gurígeno nem sonha que eu sei tudo e que ele vai entrar na ponta de minha espada, por tudo o que ele fez contra mim. Ele e a camararilha dele, todos vão pagar.

Por fim, a morte de minha amiga ANA FLORES, psicóloga e amiga, morta pelo COVID deixou-me muito triste e abalado. Senti muito a morte da Ana, para mim era uma excelente pessoa. Ana houvera me ligado quando testou positivo, achei ela bem chocada, mas apenas a escutei, devido sua idade jovem, nunca  pensei que viesse a falecer.

CHICÃO, TAVINHO E ANA foram as 3 mortes que mais me chocaram, que me abalaram e me deixaram muito triste.

O autor da praga sobre minha família, embora o feiticeiro tivesse razão, era algo que eu não quis evitar, eu conheço a sinceridade das pessoas e o fingimento.

Todos na minha família desenham bem. Apenas eu, que sou canhoto para tudo e raciocíno apenas com, o lado esquerdo do cérebro, não sei desenhar nada. Estou penando com a capa do meu livro OS BUCHEIROS, que eu quero um desenho de várias carrocinhas de latas, puxadas a burrinhos e escorrendo sangue pelo chão, com os cachorros e cadelas lambendo o sangue. Por muito tempo pensei que a capa desse livro seria feita por uma amiga, confusa amiga, que vai e volta. Até que eu conheci uma filha que chora a morte do pai por COVID até os dias atuais, foi ela quem fez a arte do dia dos pais que eu publiquei, ela  fez mestrado na mesma área, na mesma universidade da minha amiga e do meu sobrinho. Fiquei chocado com a dor dela no dia dos pais e a extensão do amor dela pelo pai falecido. Já passei o desenho da carroça para sua mãe e sei que é ela quem fará a capa. Feita a capa, o livro já está todo aprovado.

A partir daí escreverei a casa soturna brasileira, ao meu estilo, que será parte da vingança e da minha imortalização às bestas que tentaram destruir com minha vida. Mas vou dar justiça a cada um deles, bem ao meu modo, e prevejo um grande embate e sei que tenho como plantar tudo.

É claro que o  comandante do centro de inteligência da …. não vai dizer aos idiotas de CC quem ele é e o que ele faz; mas ele é leal comigo até a alma e foi ele quem me passou o dossiê mais completo sobre a camarilha, hobbies, detalhes inconfessáveis que eles sequer sabem que eu sei.

O caminho agora está aberto.

Se existem mortes que me chocam e me entristecem, quando são pessoas amadas,  existem outras que eu procuro entender.

Minha força provém apenas do meu pensamento. Não sou operador, apenas li e estudei tudo o que eles sabem. Minha força provém do meu cérebro e me destruindo, só morto.

(escrito direto e sem revisão)

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