“Fui bombardeado”, diz padre Júlio Lancellotti sobre críticas por ato pró-Palestina. Um Padre que orgulha a Igreja Católica e realmente defende os oprimidos

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Sylvio Costa

Acostumado a receber críticas de setores conservadores por causa de sua militância social, o padre Julio Lancellotti conta que pediu força divina para concluir, no último domingo (5), a missa que celebrava na paróquia São Miguel Arcanjo, na zona leste de São Paulo. “Me senti aturdido de tanto massacre”, confidenciou o religioso durante debate promovido pela Comissão Justiça e Paz, da Igreja Católica, na noite de segunda-feira (6/11) em Brasília.

“Fui bombardeado de todos os lados, principalmente por católicos, católicos muito religiosos, muito ortodoxos, muito fidelíssimos à ortodoxia da igreja, que não são capazes de refletir que o povo palestino não é Hamas e o Hamas não é o povo palestino“, afirmou o coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo.

Padre Julio, como é mais conhecido, virou alvo de ataques no fim de semana depois que participou de um ato pró-Palestina na capital paulista. Com microfone em punho, chamou Israel de Estado “assassino” e “covarde” pelos bombardeios que resultaram na morte de mais de 10 mil pessoas na Faixa de Gaza. “Nem todos os judeus e nem todos os israelitas comungam e apoiam esse governo assassino, esse governo que mata e que destrói o povo palestino”, afirmou na ocasião.

O religioso, cujo trabalho em defesa de pessoas em situação de rua é reconhecido internacionalmente, admitiu ter ficado abalado emocionalmente com os ataques recebidos dessa vez.

“Ontem [domingo], quando celebrei a missa das 6 horas da tarde, pensei que não conseguiria chegar ao fim. No momento da consagração, quando me ajoelhei, e encostei minha cabeça, pedi: ‘Jesus, me acalma, me dá força. Jesus, eu sei que estás comigo. Me dá força pra aguentar, chegar até o fim da celebração e superar esse momento de tanto sofrimento.”

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