Mensagem de Despedida de Fernando Freire Dutra da posição de Adido Econômico Adjunto do Brasil em Washington, DC

MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais
Escritório do Ministério da Economia junto à Embaixada do Brasil em Washington

DESPACHO

Processo nº 19960.100016/2023-96

Assunto: Mensagem de Despedida do Adido Econômico Adjunto do Brasil em Washington, DC. Sr. Fernando Freire Dutra

Prezados Srs:

Fernando Freire Dutra
Fernando Freire Dutra

Hoje me despeço das minhas funções no Ministério da Economia. Foram três anos de trabalho! Dois deles
servindo em Brasília, DF, e o último representando a equipe econômica junto a Embaixada do Brasil em
Washington, DC.

Em uma recente visita ao memorial de George Washington, me deparei com um curioso relato sobre sua vida. Ao final da Guerra da independência americana em 1783, G. Washington proclamou ao Congresso
Americano – “Having now finished the work assigned me, I retire from the great theatre of Action” . Na
sequência, renunciou à sua Comissão de Comandante Geral do Exército Continental e retirou-se para sua
fazenda em Mont Vernon para recomeçar sua vida como cidadão privado junto a sua família.

Esse pequeno trecho de sua história esteve comigo desde então. O cargo público como uma passagem, que
deve ser aproveitado para acrescentarmos uma semente a mais, dentre tantas que já foram semeadas, e
tantas mais que serão plantadas por outros que ali ocuparem. O cargo público como um instrumento para
ajudarmos nosso povo, para doarmos as habilidades que temos em prol do país. O cargo público, como a
melhor forma de deixarmos o exemplo para os próximos que virão.

Sempre considerei o serviço público como a função mais nobre a ser exercida em uma democracia. Uma
doação do nosso tempo, da nossa energia, do nosso espírito cidadão em prol de nosso país. Tenho muito
orgulho das muitas entregas que fizemos, e das amizades que criamos! Serão anos jamais esquecidos.
Nesse período, estive ao lado dos profissionais mais incríveis que já conheci. Que time de ouro, que sorte
que teve, que fase extraordinária! São tantas as pessoas para agradecer.

Agradeço a todos os colegas do
Ministério da Economia nas pessoas do Ministro Paulo Guedes e do Secretário Especial Carlos Da Costa.

Deus abençoe o Brasil,

Washington, 10 de janeiro de 2023.

FERNANDO FREIRE DUTRA
Deputy Economic Attaché
Escritório do Ministério da Economia em Washington, DC

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Os zumbis político-ideológicos atrás de um Frankenstein de direita, mesmo que seja à Mary Shelley

Os atos violentos promovidos no último domingo contra a sede dos 3 poderes da república representam, em síntese, o confuso desdobramento do pensamento de direita em nosso país.

Isso ocorre pela ausência de pensamento crítico, pela ausência de formulação de políticas públicas, pela ausência de leitura de conjuntura, e pela ausência de simples formulações com rumos acerca do que fazer e do que não fazer.

Passadas as eleições, onde Bolsonaro obteve uma espetacular votação, a resposta imediata – nos meios bolsonaristas – foi a que de que houve fraude, com o TSE não entregando os códigos fontes e o pessoal mais aguerrido voltou-se para concentrações em frente aos quartéis, pedindo intervenção militar e aplicação do artigo 142 da CRFB/88.

É claro, na esteira dessas propostas, estava embutido o golpe militar, sendo que boa parte da direita nacional perdeu a noção democrática e tomada pela cegueira passou a defender o golpe militar, pois ao pedirem intervenção das FFAA, nada mais pediam que isso.

Eu acompanhava o movimento aqui no Sul, especialmente no RS, SC e PA. O pensamento de direita ficou órfão e cego.

É claro que essa viagem de Bolsonaro aos EEUU foi um desastre e deixou o povo ainda mais confuso. Circulavam mensagens com todo o tipo de loucura e insanidade, tipo que os militares já tinham dado o golpe, que o general Heleno já era o presidente e o povo era mantido com base uma sucessão de mentiras.

O potencial dessa massa nunca foi canalizado para algo construtivo. O resultado, a quebradeira geral, a invasão dos poderes, embora a simbologia, trouxe somente desastres e legitimidade – cada vez maior – a Lula e sua gente.

A própria polarização verificada no país foi atropelada por um grupo desvairado, que, ante a ausência de respostas eficazes e aglutinadoras, agiram sem rumo, cheios de ódios e rancores.

Não houve um líder da direita nacional que tivesse equilíbrio, que pensasse e sistematizasse um pensamento crítico. Foi um bando de loucos. Uns, desavergonhadamente, aderiram a Lula, como vários bolsonaristas de primeira linha. Foi uma perda total de pudores e ética política. Diria até: – um desastre.

Pessoas como Sérgio Moro, ficaram perdidas, e ninguém da dita direita civilizada soube raciocinar ou mesmo produzir um texto, por simples que fosse, mas que desse um rumo as pessoas que vagavam desorientadas pedindo golpe ou intervenção militar.

Não houve leitura nenhuma acerca da contextualização das FFAA, que também ficaram à deriva, sem rumo, sem tendência e sem orientação. O clube militar mostrou-se falho e os mesmo os generais 4 estrelas, que, em tese, deveriam saber alguma coisa, ficaram embriagados ideologicamente.

Ficou escrachado, para quem quis ver, a pobreza intelectual da direita nacional, rica em bens materiais, campos, camionetões, dinheiros, aplicações, mansões, mas miseráveis e analfabetos a ponto de não conseguirem redigir meia folha de ofício acerca da conjuntura que se apresentava.

O ápice desse desgosto, dessa amargura, dessa falta de lideranças, dessa pobreza intelectual e miséria acadêmica, resultou nessa estupidez sem precedentes em nossa história, onde o caminho foi o caminho da miséria e da cegueira, descontando a ira e o desgosto no patrimônio público.

É claro que não foi uma tentativa de golpe de estado, até minha filha de 12 anos sabe entender esses devaneios e isso não tem nada a ver com golpe de estado. Foi a ação de um grupo marcado pela desilusão, pela desencanto, pela ausência de lideranças, pela miséria política e pela pobreza intelectual, que imaginou que quebrando a poltrona no escritório de Alexandre de Moraes estaria recolocando o pensamento de direita nacional em órbita e em sintonia.

Onde estão os famosos grupos conservadores que faziam reuniões aqui e ali, de Estado em Estado, onde estão os teóricos falastrões de direita?

O que sobrou a direita nacional são cacos e pedaços de móveis, vidros quebrados, e cenas chulas como defecação pública e despudorada, escárnio patético e sonhos golpistas enterrados.

É claro, eu não seria estúpido a ponto de dizer que tudo está morto e perdido. Ainda restou uma base perdida do pensamento nacional de direita, mas que precisa ser reedificado sob novas bases, se é que conseguiram extrair alguma lição de tantos erros.

Do contrário, seguirão como Zumbis político-ideológicos atrás de um Frankenstein de direita, mesmo que seja à Mary Shelley.

 

 

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Para refletir

A disciplina social é uma só: não se divide. Sua base está na lei, cuja majestade é inteiriça.

Ruy Barbosa

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Perder é normal, a paz e a harmonia é nossa estabilidade

Perder uma eleição é normal e cabe aos democratas aceitar o resultado das urnas, como parte da civilidade.

Se não se acreditava nas urnas, não se deveria aceitar participar do jogo, mas isso deveria ser antes do jogo começar.

Agora, cabe a construção da paz para normalizar o país, evitar o saque de dinheiro nos bancos e confiar em nossas autoridades, em especial de nossas autoridades judiciárias.

Seria de bom alvitre suspender essa greve de caminhoneiros e deixar fluir o diálogo e a paz. As autoridades policiais não são inimigos da sociedade. Estão a serviço da ordem e do bem.

Desarmar os espíritos nesse momento é fundamental, inclusive da parte dos vencedores.

O confronto fratricida é venenoso nesse momento.

Urge o caminho do amor, do entendimento, da construção da paz e da aposta na harmonia social.

 

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Refexões sobre os atos domingueiros. Golpe de estado?

Eu coloquei a transmissão num canal do youtube que narrava os fatos no mesmo instantes em que eles aconteciam.

Agora, existe um festival de bandalheiras. Recebi recortes digitais do Jornal de Gramado dizendo que empresários patrocinaram os ônibus, É claro, isso demonstra exaltação de ânimos de gente que foi de fora e disposta a depredar o patrimônio público. É claro que houve misturança.

Mas essa manifestação depredatória, longe de ser uma tentativa de golpe, como aludiu Lula, é uma manifestação pensada, organizada e para jogar a culpa nos bolsonaristas que – equivocadamente – pedem intervenção das FFAA.

Eu vou mais longe, assim como pedem a volta da monarquia, do parlamentarismo é até plausível existir um segmento da sociedade brasileira que queira a volta dos militares ao comando do pais. Normal, embora não seja essa minha posição.

Por outro lado, eu reafirmo que o ministro Dino, ao nomear um jornalista como interventor no DF, é complicado demais, combate o incêndio com gasolina.

Eu defendo a volta do Estado democrático de Direito, a pacificação do país, a subordinação ao império das leis e da Constituição.

A sorte da esquerda é que a direita não conhece nada de guerrilha urbana, nunca leu Mariguela nem Maurício Grabois, Gabeira, não conhece Guevara, exceto de fotos e nunca leram Fidel e nem Ortega. Esses movimentos, embora destruição do patrimônio público e o susto, nada mais representam, um gesto treloucado coletivo.

Agora, o país está longe da pacificação. Eu assisti um vídeo do deputado federal eleito Zé Trovão anunciando uma greve radical dos caminhoneiros;  e isso, se se conconcretizar, pode ser um novo embaraço ao governo petista e seus radicalismos.

O problema sério no país são os radicalismos de ambos os lados. Vitoriosos querem revanche e derrotados querem revanche. Vamos para os rumos das bananas, pois faltam interlocutores maduros e sérios dos dois lados.

Por enquanto está tudo sob controle. Risco haverá o dia em que os militares empunharem armas e começarem um banho de sangue. Aí – sim – Lula poderá falar em ameaça de golpe de estado.

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