As zebras da copa e o discurso da oposição santiaguense
Descrevendo minha aldeia, eis que me volto para dentro dela.
Não sou nada de Tolstoy, mas gosto de ser como ele, descrevendo minha aldeia.
A rigor, não acredito em nada na oposição de Santiago, está tudo caótico e cada vez pior.
Tive um relato que o ex-deputado Miguel Bianchini atropelou os 2 vereadores do PL, pois quando das críticas de Décio Loureiro, os mesmo não teriam defendido sua filha, que não ganhava o que o vereador pepista levantou.
Gildo tomou outro rumo e, quando da janela partidária, deve trocar de partido, se fala muito no Mais Brasil, deixando Bianchini com Cherini, que agora reassumiu o comando do PL-RS. É uma disputa local, paroquial.
Ninguém sabe ao certo o futuro político partidário do ex-deputado Marcelo Brum. No Republicanos, parece ser mal visto e se quiser ter uma legenda para concorrer, deve pedir para a opereta universal de Carlos Gomes destituir a comissão local e nomear outra com o grupo de Marcelo.
Bianchini precisa demonstrar força para a estadual. A rigor, não é candidato, mas terá alguém no PL e tentará eleger 3 vereadores, dentre eles, o próprio.
O grupo de Gildo, alinhado com a ala bolsonarista mais autêntica, deve ungir o parlamentar como prefeiturável.
Parece que nem Bianchini e nem Gildo estão propensos a uma aliança com Marcelo. Só na direita, poderemos ter 3 candidatos, fora do PP.
É claro, o PT terá candidato e com a coerência histórica o PT só aceita fechar com o PDT, enquanto um ex-vereador petista está tentando legalizar o PSB.
Resta ainda o grupo do MDB, aliado do PSDB, que também tem que ter um candidato a prefeito e procura fazer uma bancada.
A rigor, a oposição poderá ter 5 nomes nessa confusão e o PP irá para o passeio com Piru Gorski e Éldrio Machado… e tentarão herdar a votação lulista em Santiago, mais as sobras da direita que não é bolsonarista.
É claro, que nenhum ET tente entender a política santiaguense.
Essas zebras da copa tem enchido de esperança as oposições, que veem a eleição como uma partida de futebol.
Para quem dizia que a oposição não tinha um discurso em Santiago, acharam no futebol a glória e se acontecer um outra zebra nessa quinta-feira, será o orgasmo coletivo, todos vão se jogar com muito ímpeto.
Só que as zebras do Catar estão disfarçadas de camelos.
O amor na vida
Eu me questiono muito sobre o dito amor. Hoje, tenho bem claro o amor entre um homem e uma mulher é algo muito raro, raríssimo. É simples entender, a análise material pesa mais que os sentimentos.Também não acredito em amor homoafetivo. Para mim, existem interesses e conveniências.
É claro, adentrando em Fromm, deveríamos escatalogizar o amor interpessoal e intrassexual. Mas, em qualquer hipótese, pesa sempre o jogo financeiro. Talvez exista amor puro por uma criança e vice-versa, até uma certa idade, Mas pesam mais as idealizações e tudo acaba num maldito mercado. O amor sincero por um pai é sempre objeto de jogos e malversações econômico-financeiras.
Com respeito as mulheres, da minha mãe a minha filha, eu não acredito que uma mulher ame um homem. Existem condicionamentos e o peso de instituições, da regra moral social, ao casamento e o sexual, da gradivez e o convívio num lar.
Eu tinha uma amiga, gostava muito dela e acompanhava sua mais pura intenção em promover a ruptura com seu marido, a despeito das filhas, da igreja e tudo mais. Para mim, ele era uma ótima pessoa, trabalhador, amava as filhas e não merecia a ruptura. Acompanhei os planos da mãe e esposa por dois anos. Aí nada mais influenciava-a, exceto o peso das intrigas, da malandragem do pastor, e quando eu menos notei, estava divorciada. Tinham quase a mesma idade. Quem mais sofreu, foram as crianças.
Sempre, os filhos são os que mais sofrem.
Minha conclusão é fatídica, triste e perturbadora.
Hoje, creio que existe um amor muito lindo, que é o nosso amor pelos animais. Essa foto é demais e sintetiza bem a extensão de um amor.
Descrente da civilização, das pessoas, da incapacidade de amarmos completamente uma pessoa, sem interesses outros senão o amor pelo amor, hoje acredito que a expressão mais palpável de um amor existe mesmo é com os animais, com os gatos e com os cachorros. Os animais são interativos, receptores do amor mais puro que um ser humano possa exprimir, assim como o amor das crianças, até os 6 ou sete anos. Não mais que isso.
Não acredito em amor de religiosos, mas acredito que os religiosos amem as mulheres e vice-versa. Mas é a condição carnal, e fica nisso.
Eu notei um gatinho preto que dormia na porta da minha casa. Ele adentrava. No início era meio arrisco, mas aos poucos foi se afeiçoando comigo. Tornou-se meu amigo, e acho que ele me ama, pois fica bem feliz quando me vê e não me pede nada, nem comida, creio que ele é filho de alguma casa ao redor. Mas também não me interessa.
Curosamente, esse gatinho me faz ver que ainda existe amor.
Mas fica nisso.
Pessoas como eu tendem a morrer solitárias. Mas é ônus da tentativa de ser coerente.
Relacionamentos são jogos de interesses e intelectuais e fica nisso.
Somos engrenagens da farsa social. Ninguém mais sabe conviver com a verdade, tudo são jogos de interesses, busca de oportunidades e sacanagens menores e maiores, mas nem por isso, menos sacanagem.
Gosto dos amigos e amigas que tenho, embora sejam poucos, mas são amizades que eu reputo sinceras.
Nada mais me surpreende nesse mundo cínico onde o que mais prospera é a falsidade.
Passei os últimos dias bem gripado; sozinho, acostumei a conviver comigo mesmo, minha solidão não é completa porque – às vezes – ao abrir a porta, o gatinho está ali, como se estivesse, por alguma razão, me esperando.
Nunca defendi consenso e nem creio em consenso. Por isso, não escrevo para agradar a ninguém. Ninguém mesmo.
Não creio que o mundo seja diferente das conclusões a que cheguei.