Em março desse ano completo 20 anos de blog…a razão de ser da escrita e a resistência

Muitas vezes fico preocupado com essa relação que se estabeleceu nesse processo de interação digital; afinal, não será sempre que eu vou poder seguir mantendo esse diálogo digital e, sejamos francos, não é de hoje que eu anuncio a precariedade de se manter um jornalismo no interior sem os devidos custeios, embora imbecis que nada saibam sobre imprensa, vituperem contra uma lógica que é mundial, pois nenhum órgão de imprensa, seja aqui, na China, na Rússia ou nos EEUU, sobrevive sem seus anunciantes e patrocinadores.
Quem brinca de blog como as meninas brincam com seus diários, não sabe o que é manter uma atividade empresarial jornalística com encargos e obrigações sociais todos os meses, ao longo dos anos…Por outro lado, estudei muito sobre opinião pública e até hoje nunca vi um órgão de imprensa totalmente independente. Também, nunca me convenci de que exista neutralidade, nem científica, nem jornalística. Todos nós refletimos nossas ideologias em nossas atividades profissionais. E que bom que seja assim, pior é o cinismo de quem é ideológico e finge ser contra as ideologias. O ideal seria o embate no campo das ideias, porém, respeitando as pessoas em sua atividade profissional, pois tanto o jornalista, quanto o médico, o advogado, o economista, o contador … vivem da venda do seu trabalho, vivem de sua atividade profissional.

A busca da informação, a troca de ideias, a presença participante, opinatativa, crítica, a análise do fato por outros vieses, é uma paixão, gosto disso, faço com muita satisfação. Por outro lado, sei que os anos forjaram a maturidade de um processo e o blog foi incorporado na vida de muitas pessoas, assim como eu também incorporei a leitura de outros tantos. Em março de 2022, completarei 20 anos de blog.

É claro que a interação nem sempre é compreendida e nem a relação leitor-escritor. Existem pessoas de cabeça boa que sabem ler, compreender, interagir; essas, extraem aprendizados, concordam, discordam, mas são normais diante da escrita. Outras, pelo contrário, até por serem perturbadas, sofrem e esse sofrimento é expresso em agressividades, retaliações, voltas com vieses obscuros, Mas, enfim, a vida é assim mesmo.

No momento, o centro de minhas preocupações tem sido a luta pela construção de dias melhores para minha própria vida, em função especial de uma outra vidinha: Nina. Como não sou fatalista, como não acredito em obras do acaso, como não acredito em superstições de natureza alguma, resta-me apelar a mim mesmo, numa profunda crença no ser humano, com seus limites e suas potencialidades.

Sempre achei que o Homem é responsável por suas construções, e são suas ações ou omissões que determinam o curso dos acontecimentos. Se eu ficar assentado do comodismo do que é como está, simplesmente aceitando as regras do jogo que outros impõem, é muito provável que o tempo passe e que tudo fique no mesmo conservadorismo. Por outro lado, o desafio de ousar tem um custo alto, que é aposta no desconhecido, mas o que fazer, só saberemos se existe desconhecido se buscarmos. É certo, contudo que quem tem medo da busca, não encontra, razão pela qual o salto no desconhecido, às vezes, é necessário e faz parte do processo como um todo.

Obrigado a todos que interagem comigo e espero que saibam extrair alguma percepção de minhas palavras nessa postagem.

Quero crer que a mentira é um mal tão grande quanto o prática de corrupção, pois ambas inserem-se num contexto de desrespeito e vilipêndio. Forjar provas contra um jornalista é um crime ainda mais grave, e, se tal é praticado por evangélicos, reservo a lata de lixo e latrina para os bandidos.

Afora os mentirosos, existem os cínicos, outra categoria deplorável, pois esses vivem para justificar as mentiras dos mentirosos, mesmo que seja em cima de sofismas e paralogismos, tomando a todos por bobos e presas fáceis de juízos toscos, primários, próprios da arte de ludibriar.

Entre a Verdade e a ética de falar tudo existe um abismo. Na teia social da vida em sociedade, existem limitações impostas pelas relações sociais, pela estrutura dominante, pelas instituições (sejam elas públicas ou privadas) – e dentro delas incluo as familiares com os vínculos que se geram a partir da amizade, da cordialidade e do afeto.

Até hoje não vi ninguém falar tudo. Todos falamos por fragmentos. O falar tudo implica na morte, mesmo que não seja física, o é – de imediato – no plano simbólico, para começar as premissas de um raciocínio.

O falar tudo tem um preço muito alto; significa a segregação,  o abismo, o isolamento e a manifestação fatal da peste, aquela que tanto tenho denunciado com o aflorar da situação dos cancerosos sociais.

Minha única expressão na vida em sociedade é meu blog e a escrita. Gostem ou não, a legitimidade de minha presença na vida social e o exercício da minha cidadania, começa com o que escrevo e a leitura diária das milhares de pessoas que interagem comigo.

Presidente da Fundação Palmares chama congolês morto de vagabundo.

Sérgio Camargo,  presidente da Fundação Palmares, voltou com suas asneiras e nessa sexta-feira disse que o congolês Moïse Mugenyi Kabamgabe,  espancado até a morte em um quiosque no Rio de Janeiro, era um vagabundo. Esse cara fode com  o governo Bolsonaro e deve ser demitido imediatamente. Fornece material para a campanha petista e faz o papel equivalente ao vereador petista de Curitiba, que invadiu uma missa, Renato Freitas. Só se Bolsonaro for mais burro que eu imagino para manter Sérgio Camargo no cargo. As consequências políticas destas declarações são desastrosas do ponto de vista político.