Festa e sangue

A festa de aniversário no Paraná, que terminou com morte do guarda Marcelo Arruda, que fazia uma festa temática em homenagem ao PT e a Lula, terminou em tragédia e expôs ao país a extensão do ódio em que estamos mergulhados. O assassino, Jorge Guaranho, agente pentenciário federal, invadiu a festa de aniversário de Marcelo e assassinou-o.

Essa tragédia merece reflexões mais profundas. O que essa tragédia revela?

O ódio disseminado no país está transbordando. O ódio político deixou os 4 filhos de Arruda sem pai. Quase inacreditável essa violência que tomou conta do país.

Sou e sempre fui a favor do desarmamento da sociedade civil. Não acredito que os freios morais estejam surtindo efeito em meio ao ódio político.

Nenhum lado tem razão. Bolsonaro e Lula incentivam o ódio mutuamente. Bolsonaro é um belicoso nato e levou para a política as sementes de ódio. Lula é um dissimulado, mas também é adepto da violência. Sua atitude em defender o controle sobre a liberdade de expressão e essa aliança com o PCC, com certeza fizeram as cabeças mais iluminadas da sociedade ligarem suas luzes de alerta.

Já há dias eu notava que a explosão do ódio era algo totalmente previsível. E continua sendo. E isso é somente o começo.

O ódio, a revanche e a vingança são sentimentos que tornam a política, em qualquer lugar do mundo, violenta.

E o que é pior é que o Ciro, embora não seja ladrão e nem corrupto, em se tratando de violência, não fica atrás dos dois líderes das pesquisas.

Os conflitos agrários tomaram um vulto assustador. Os urbanos, impressionam.

As religiões funcionam como freio social, disso eu não tenho dúvidas. Para conter o ódio explosivo no país, nessas alturas, somente a força das religiões, o abrandamento dos discursos pelos próprios políticos e um pacto pelo diálogo e amistosidade.

Do contrário, a carnificina estará exposta como mais um tumor em nossa sociedade.

Famliares choram no velório de Marcelo Arruda
Famliares choram no velório de Marcelo Arruda

Essas duas pessas que destruíram suas vidas merecem nossas orações.

CENAS DEPRIMENTES

MARCHA PARA JESUS ESCANCARA NEGLIGÊNCIA DA ESQUERDA PARA EVANGÉLICOS – Parte 1

Essa matéria assim intitulada está estampada na capa digital do Jornal Folha de São Paulo.

A matéria tem um viés, obviamente. Um viés que tenta na subliminariedade virar o jogo em favor dos petistas.

É claro, ao produzir uma matéria, quem a redige, combinado ou não, coloca o viés que melhor entende.

Só que existem fatos que marcaram os evangélicos e a esquerda, que os analistas políticos não percebem, ou fazem-se de desconhecidos para não desagradar os públicos que já estão enfileirados na esquerda, mas o furo é bem mais embaixo.

Eu me filei ao PT em 1980, aqui mesmo em Santiago. Só que eu já era evangélico desde os 12 anos de idade. Em outra palavras, eu já era evangélico antes de ser petista.

As contradições eram terríveis e caberia um extenso artigo somente para analisar o alinhamento dos evangélicos, no final dos anos 70 e anos 80, com as ditaduras latino-americanas. Onde tinha um general assassino e torturador, do Chile a El Salvador, podem ter certeza que os evangélicos estavam alinhados.

No início, tinha dúvidas para entender a fomentação daquele daquele pensamento nitidamente de direita no meio evangélico.

Depois, sem a facilidade de acesso as informações de nossa época, comecei a entender que esse alinhamento era nacional e internacional. As literaturas evangélicas, boa parte delas, até impressas nos EEUU, numa linguagem acessível, mastigada e didática, faziam a cabeça da maioria dos pastores. Militarismo e evangelismo andavam de mãos dadas. É claro, existiam exceções, mas eram, por isso mesmo, exceções.

Esse fenômeno do Bolsonaro, a rigor, não é – nem de longe – novo. Esse fenômeno tem, muito por baixo, mais de meio século. Embora, boa parte dos jornalistas de esquerda, sociólogos, analistas políticos, cientistas políticos … tenham um erro analítico muito grave, pois eles acham que o engajamento evangélico na vida partidária é coisa muito recente. Eu me lembro bem, na legislatura estadual de 1983 a 1986, na AL-RS a bancada evangélica já tinha uma base de 4 deputados estaduais, 3 deles de Assembléia de Deus. De 87 em diante a coisa corporificou-se ainda mais, especialmente pela aparente confusão do PTB de Sérgio Zambiasi.

Na câmara federal e no senado havia o mesmo fenômeno, embora não despertasse atenção de ninguém, dentre historiadores, sociólogos, cientistas políticos e até mesmo jornalistas, louvável exceção de José Barrionuevo, editor de política de Zero Hora, que percebia muito bem essa emergência nos anos 80.

Deputado Federal Guaracy Silveira
Deputado Federal Guaracy Silveira

Eu me criei dentro de uma igreja evangélica e ainda criança ouvia as histórias do deputado federal Guaracy Silveira,  pastor metodista eleito constituinte em 1934.

 Com uma tremenda imperfeição histórica nossos anais, sem fontes confiáveis, dizem que Guaracy, em 1934, foi o primeiro deputado federal evangélico do Brasil.

Curioso observar na trajetória política de Guaracy é que ele defendia o ensino laico e, em 1930, opôs-se ao projeto-de-lei de Getúlio Vargas que defendia a implantação do ensino religioso facultativo nas escolas. Ele defendia, abertamente, já em 1930, a laicidade estatal.

Segue amanhã, mais uma parte dessa análise.

Dinheiro Público parado por dois anos

O dinheiro esperando dois anos!
Todo mundo atrás de recursos para seus municípios, e à prefeitura de Santiago com um recurso indicado pelo deputado federal Marcelo Brum de 300 mil reais empenhado desde junho de 2020 e só fizeram a licitação agora em fevereiro de 2022. Os agricultores do hortomercado da Vila Nova pediram o recurso, porque tava difícil de pagar o aluguel do terreno. O recurso do deputado foi empenhado em junho de 2020, e à prefeitura deveria ter agilizado a licitação e a obra.
Glória a Deus, porque agora começou a obra depois de dois anos o dinheiro esperando.
Nós fazemos política para as pessoas.

Revolta popular sacode o Sri Lanka e mostra a força do povo rebelado contra a miséria e a fome

presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, fugiu neste sábado. Imagens do levante cortam o mundo, e o povo rebelado contra a miséria e a fome,  tomou as ruas, e  invadiu o palácio presidencial.

República Democrática Socialista do Sri Lanka, também conhecida como Ceilão, foi engolida pela força inquestionável do seu povo.

Para quem achava que esse tipo de rebelião só se via na história da revolução francesa e russa, aí está o belo exemplo do Sri Lanka.

A invasão ao palácio presidencial, foi marcada pela tomada os quartos, salas e cozinhas. A revolta começou em março por causa do aumento dos preços na gasolina e nos alimentos. Igualzinho ao que ocorre aqui no Brasil.

Pena que o povo brasileiro ainda não acordou para sua força. O bom é que a moda pega.