Para mim, velho, com 65 anos, e sociólogo, tenho certeza que esse recuo na população evangélica tem a ver, diretamernte, com a adoção de princípios políticos de direita em quase todas as igrejas evangélicas do país, que são avessos a toda principiologia de Jeus Cristo, que prega a fraternidade, o amor, a igualdade e a solidariedade.
Os evangélicos adotaram a linha norte-americana da teologia da prosperidade, sendo o bispo Edir Macedo, da Universal, o maior pregador dessa corrente de pensamento no Brasil, que foi adotada por quase todas as igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais.
Os evangélicos de esquerda, e eu os conheço bem, foram abandonando aos poucos as igrejas, sendo que – aqui em Santiago – igrejas como a Comunidade, que adota os símbolos do judaísmo, prega abertamente contra os Ministros do STF. Essa linha, de pregar abertamente contra a esquerda, levou os evangélicos de esquerda a abandonaram o meio evangélico ou buscarem refúgio em igrejas que preguem a palavra de Jesus e não do bolsonarismo.
Creio que esse resultado do censo, que contraria todas as expectativas, inclusive bate frontalmente com o filósofo Luiz Felipe Pondé,( que previu que o Brasil se tornaria um país evangélico), deve abrir uma profunda análise crítica nas pregações de direita dentro das igrejas evangélicas, embora aqui em Santiago é um escândalo o alinhamento de padres católicos com a direita do PP, mas é bom nem misturar os assuntos, porque aqui a igreja católica mal existe e os cernes antigos vivem altamente contrariados com a partidarização ideológica da igreja católica. Eu sei bem o que estou dizendo, e sei muito mais do que digo.
Outro ponto que chama muito a atenção nesse resultado do IBGE, é a queda do espiritismo e a ascensão de pessoas sem religião, embora não se declarem ateias ou agnósticas. Mas, enfim, é o abandono das religiões tradicionais que é visível nesse resultado último do IBGE.