A reflexão sobre a pobreza em Santiago

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*Júlio César de Lima Prates

A loja Idealité é uma excelente loja, materiais de alta qualidade, gente séria e idônea, gozam de alta respeitabilidade e honradez. A loja, ali no Edifício do Guerrão, era majestosa e passava uma ideia de arrojo e soberba de nossa cidade. Resolveram mudar para a antiga LOJA DE DAVI MANZONI FILHOS.

Mas, afinal, onde está o erro?

É simples, na minha opinião. Santiago está inserida na metade sul pobre e o limite do poder de compra de cidade é visível. A grande crise que afetou 2 grandes grupos econômicos de nossa cidade, começa a bater as portas de um terceiro.

Santiago vive uma realidade fantasiosa. Nosso poder de compra é limitado e 30% de nossa população vive com renda inferior a meio salário mínimo. Somos majoritariamente pobres. Altos salários são contados nos dedos, exceções aos militares de alta patente, membros do poder judiciário, MP, DP e alguns médicos antigos. Nossos ricos são minorias e a atividade agropastoril tende a vivenciar, nos próximos anos, a mesma crise que se abateu no setor primário europeu. E não vai longe para a crise que afeta o setor primário bata nossas portas. A repercussão é imediata, reflete-se nas mercadorias e cesta básica dos pobres.

O comércio local reflete essa realidade. Nem estou falando nos absurdos preços de terrenos e casas, que é algo estratosférico em Santiago. Continuam na mesma bolha e nem perceberam que a bolha já estourou há bastante tempo.

A política habitacional do governo Lula é pelo investimento em moradias populares e as linhas de créditos não são para os ricos. São, acertadamente, para os pobres e classes médias.

É claro que nossa cidade tem um certo poder de fogo devido a grande presença de servidores públicos civis e militares, mas isso é para abastecer mercados, lojas populares e setor de vestuários. Some-se a isso o comércio de carros ainda resiste, como a venda de combustíveis.

O setor de remédios é um dos que já foi atingido, é só a ver a grande demanda de busca pelo poder judiciário federal. O setor de carnes e alimentos é o que menos foi atingido.

O exemplo da Idealité deveria acender o alerta dos que pensam a concepção socioeconômica da cidade e o metier rural. A crise do setor primário europeu não é uma crise isolada e deveria servir como sinal de alerta ao establishment local, se é que existe.

Eu não vejo com bons olhos o futuro a curto prazo e nem a médio prazo.

Os preços das carnes e os preços dos alimentos estão muito acima dos índices de inflação e isso é um indício perigoso. 

O fechamento da excelente Idealité é sinal de que nosso comércio tem um fôlego limitado. Quem insiste em não observar o que está ocorrendo em nossa economia, que continue se alimentando de vaidades e espere pelo anuncio de novos grupos em alta crise.  A crise não tem nada a ver com a gestão, mas – sim – com nossa economia e os limites parcos visíveis e não visualizáveis a quem vive de aparências.

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