Governo Federal decidiu adiar o concurso público nacional unificado

Governo Federal decidiu adiar o concurso público nacional unificado que estava previsto para esse final de semana.

Com isso, o governo federal responde as inquietações das pessoas afetadas pela crise climática que atinge os Estados do Sul.

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Anatomia de uma crise

*Júlio César de Lima Prates

A crise que afeta nosso Estado, a rigor, é uma crise climática, derivada do excesso de chuvas e falam que é a maior do últimos 85 anos.

O rompimento de uma comporta que segurava a água do Rio Guaíba está inundando o centro da cidade de Porto Alegre, a capital dos gaúchos. É um alagamento sem precedentes. As notícias dão conta que houve uma ruptura de uma segunda comporta e isso pode comprometer e ilhar o centro da capital gaúcha,

É claro que existem os fatores subjacentes, por exemplo, a complicação que afeta a locomoção e os meios de transportes. As notícias, de regiões isoladas, são preocupantes, pois o isolamento vem na esteira de uma outra crise, que gera a falta de alimentos imediatos e convulsionado pela falta de combustíveis, onde – sabidamente – tudo pára.

Aulas suspensas e previsões de alagamentos cada vez maiores, inclusive sustentado pelo General Zucco, a rede CNN, ontem a noite. É claro que é chocante assistirmos a destruição de casas e as perdas de mobílias das casas mais humildes. A realidade, onde as pessoas fugiram apenas com a roupa do corpo, é mais alarmante, pois sabidamente essas pessoas perderam roupas e mobílias de suas casas, inclusive eletrodomésticos e muitos estão na esteira de cidades escuras, sem energia elétrica.

Pior que o drama de quem perdeu tudo, só o drama de quem perdeu familiares, pois essas perdas são irreparáveis, geram traumas e as repercussões marcam a todos pelos restos dos seus dias.

Ainda não se tem notícias da falta de alimentos, exceto o alimento imediato como o pão e o leite, mas também é muito grande a rede gaúcha de solidariedade. Combustíveis, devido a intransitoriedade de muitas estradas, é uma realidade emergente e teremos que conviver com ela, embora por poucos dias.

A presença forte do Exército, que é preparado para a guerra, poderia ser mais ostensiva, embora a pouca participação em muitos locais onde se exige a presença  de pessoas com alto preparo físico e sujeitos a adversidades. Pode ser que os comandos militares entendam essa necessidade, pois o efetivo destacado ainda é muito pouco diante da grande tragédia. Embora seja elogiável a atuação das forças armadas até aqui.

Também é elogiável, como sempre, a atuação de frente da Brigada Militar, da Polícia Cível e do Bombeiros. O mesmo raciocínio vale para a Defesa Civil e a prestatividade presente do Poder judiciário, realmente, uma atuação reconhecida e elogiável.

O gaúcho é um povo solidário por tradição e noto a mobilização das pessoas, aqueles que têm repartindo o pão com o irmão carente, ampla mobilização dos evangélicos, espíritas, umbandistas e católicos, em suma, nessas horas até uma vela que é emprestada ou doada ajuda a abrandar as dificuldades.

É claro que após sairmos desse caos imediato viveremos outras experiências, que serão as reconstruções e as buscas, onde eu tenho certeza que a solidariedade se fará presente em todos os lares. Muito teremos que empreender na busca de redefinição e reconstrução do que foi perdido.

Importante, da mesma forma, é a crítica para evitarmos fenômenos urbanos como os do alto e baixo Taquari, regiões baixas, com perímetros urbanos colados em rios e aqui deverá haver a presença forte do setor público, pois tudo isso seria plenamente evitado se pensássemos antes de construir em beiras de rios, que sabidamente extrapolam seus limites devido as fortes chuvas.

O momento atual é delicado e de dor. O sofrimento está estampado em todos, assim como o apelo sempre presente pela solidariedade. Todos podemos doar um pouco, uma cadeira, um sofá velho, um cobertor, um prato ou uns talheres. Tudo soma na busca da reconstrução e tudo ajuda como ânimo, pois a solidariedade é um afago muito forte e sempre sentido no que outro e na outra.

Eu apelo as autoridades, em especial ao Ministério Público, pois já estão vendendo gasolina a 6.99  e isso exige a presença forte do Estado para evitar abusos e a exploração do caos na miséria de todos. Não se pode usar a desgraça para tirar vantagens e proveitos pessoais. O mesmo raciocínio vale para o diesel e para o gás de cozinha, pois é certo que virá o desabastecimento.

A vida é isso mesmo, são momentos doces e agradáveis somados com as amarguras e tristezas. Nessas horas angustiantes e de futuro incerto o ideal é apostarmos firmes na solidariedade e na fraternidade, sem querer tirar proveito dos que sofrem.


*Autor de 6 livros, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registro Internacional de jornalista nº 908 225, Sociólogo e Advogado inscrito na SA OABRS sob nº 9980, Pós-graduado em Leitura, Produção, Análise e Reescritura Textual. Também é Pós-graduado em Sociologia. 

 

 

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Evento em 1º de maio onde Lula pediu votos a Guilherme Boulos contou com patrocínio da Petrobras

Num evento com menos de 2 mil pessoas, o ato das centrais sindicais em SP, afora ser um baita tiro no pé, revelou a burrice dos petistas, e Lula deu um jeito de armar os adversários de Boulos, pois era proibido apresentar Boulos como candidato e o ato era patrocinado em 3 milhões pelas PETROBRÁS, via lei Rouanet.

Decisão patética, assombrosa e burra, pois LULA muniu a oposição com uma linha discursiva pertinente e meteu Boulos num debate sobre inegibilidade de sua candidatura.

Honestamente, não acredito que não tivesse um advogado petista ou similar, capaz  de orientar Lula acerca desse erro monumental.

Como o ato teve menos de 2 mil pessoas, falam até em 1.600 pessoas, mal entendo o tamanho da mancada e a burrice asnal do nosso pessoal. É óbvio que todas as atenções estariam voltadas ao ato e as linhas discursivas.

Custo a crer no que vi e custo a crer no tamanho das burrices e a suposição de que todo é tonto no Brasil. Foi dado o discurso que a direita precisava, foi mancada e foi bola fora.

Não adianta passar pano para as besteiras e asneiras impensadas. Tirar os vídeos é tarde, eles já correm o país de whats em whats.  Agora, duvidei até da inteligência do Paulo Pimenta.

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Por que a repetição das tragédias com o volume de chuvas?

*JULIO CESAR DE LIMA PRATES

Eu estudei em Sociologia Urbana o grande problema de construírem cidades ao redor de rios. Depois, vivi na prática a extensão desses erros do setor público.

O cálculo é que tínhamos, na noite dessa quarta-feira, algo em torno de 107 municípios com graves problemas de alagamentos, famílias com perdas terríveis e até óbitos.

A pergunta que emerge? Será que os urbanistas não perceberam que as chuvas, em grandes proporções, podem causar danos irreversíveis aos locais baixos e alvo de acesso fácil da água dos rios?

É óbvio que essas cidades, por alguma razão, foram edificadas em locais errados.

Conversei longamente nessa tarde com o Arquiteto e Urbanista Artur Viero e ele tem a mesma leitura minha, sem termos trocado nenhuma ideia prévia.

Por que em Santiago, embora o grande volume de chuvas, nunca existe um perigo real e iminente? A explicação é fácil, nossa concepção originária prendeu-se numa região longe de rios e num lugar alto. Estamos a 409 metros acima do nível do mar. É claro que as chuvas afetam residências mais pobres, mas nunca viveremos grandes tragédias devido a nossa localização muito alta, especialmente quando o Estado do Rio Grande do Sul é apenas 6 metros acima do nível do mar.

Já tivemos grandes problemas, por exemplo, com a grande proporção de granizos em 2005 e isso afetou, basicamente, as casas cobertas com brazilit 5 e 6 mm. E estes se demonstraram visivelmente frágeis para segurar o grande volume de pedras/granizos.

Outro caso que eu conversei com o arquiteto e urbanista Viero foi a construção de pontes coladas na margem dos rios, e isso fica evidente, com o excessivo volume de chuvas, acaba levando as pontes cuja sustentação é frágil e nada resistentes, justamente por serem feitas coladas nas margens dos rios, até nos vídeos que rolam pelas redes sociais fica óbvio o pouco espaço e a fragilidade dos barrancos e encostas. Esses desabam, cedem pela pressão do volume de agua e as pontes ficam sem sustentações. Acabam sendo levadas.

Artur Viero insistiu que nas obras pouco zelam pela qualidade e sempre estão mais preocupados com os baixos custos das obras.  O resultado disso é o desmoronamento das pontas de pontes coladas nas margens dos rios, como se fossem projetadas para nunca enfrentarem grandes volumes de águas das chuvas. Quando ocorre o excesso natural de chuvas, logo estamos todos com graves problemas e novos gastos públicos, sem dinheiro em caixa, pois até as crianças sabem o caos que estamos vivendo nas finanças públicas estaduais.


*Autor de 6 livros, jornalista nacional com registro no MtB nº 11.175, Registro Internacional de jornalista nº 908 225, Sociólogo e Advogado inscrito na SA OABRS sob nº 9980, Pós-graduado em Leitura, Produção, Análise e Reescritura Textual. Também é Pós-graduado em Sociologia. 

 

 

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