30 de junho – terça-feira
1. Data a partir da qual é vedado às emissoras de rádio e de televisão transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato (Lei n° 9.504/1997, art. 45, § 1º).
Jornalista
30 de junho – terça-feira
1. Data a partir da qual é vedado às emissoras de rádio e de televisão transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato (Lei n° 9.504/1997, art. 45, § 1º).
*Júlio Prates
Entender a recente vitória verde no último domingo, na França, bem como entender a forte presença Verde na Alemanha, Suécia, Áustria … implica em entender a genealogia dessas ideias, que há décadas permeiam a política europeia e que – agora – em meio a pandemia mundial do coronavírus, parecem ter seu apogeu.
FRANÇA, JUNHO DE 2020, PANDEMIA MUNDIAL DO CORONAVÍRUS
Eu já escrevi, domingo, dia 28, sobre a derrota que o presidente da França, Emmanuel Macron, sofreu nas eleições municipais francesas. Quem também naufragou junto foi o primeiro-ministro Édouard Philippe, já bombardeado pela sua política indecisa e fraca em face do coronavírus, assim como os conservadores republicanos e os direitistas históricos de Le Pen, que amargam sua maior derrota.
Surge uma tendência política clara no mundo da pandemia do coronavírus.
O interessante nesse contexto foi à abstenção de 59% do eleitorado. Casualmente, sábado recente, conversando com o amigo Guilherme Bonotto, frisei que a eleição municipal de outubro ou novembro próximo seria marcada por alto índice de abstenção. Pois esse cenário se evidenciou na eleição francesa.
Contudo, essa eleição na França trouxe vários elementos de ciência política novos ao debate. Primeiro, é a forte ascensão dos Verdes, com uma plataforma ambientalista e assentada nos direitos civis. Segundo, foi à reeleição da socialista (natural da Espanha) Anne Hidalgo, coligada com os verdes, e que só anda de bicicleta, que derrotou a conservadora republicana Rachida Dati, ex-ministra da Justiça do País. Em ambos os contextos, sempre a forte presença dos manifestantes coletes amarelos (para mim é verde limão).
Já nas grandes cidades francesas, como Marselha, Lyon, Bordeaux, Poitiers, Annecy e Besancón (terra de Proudhon), a vitória foi dos Verdes, ratificando uma forte tendência já identificada na eleição do parlamento europeu em 2019.
Interessante destacar que o Partido Verde, todos os PVs europeus, tem origem na esquerda, inclusive, na França, com grandes líderes remanescentes de maio de 1968.
Essa guinada à esquerda, experimentada pelo país tido como um dos mais cultos do mundo, já é claramente consolidada na Alemanha, onde os Verdes já representam a segunda força política do país. Ademais, é do pleno conhecimento de quem estudou maio de 1968, na França, que um dos grandes líderes do movimento era o judeu-alemão Daniel Cohn-Dendit, anarquista de esquerda.
É importante, nesse momento uma revisitação histórica sobre o movimento estudantil francês de maio de 1968.
Os Verdes – hoje – têm a ecologia no epicentro de sua proposta política, defendem uma agricultura sustentável e sem agrotóxicos, defesa da agricultura familiar e de subsistência, centrada na pequena propriedade, aproveitamento racional dos recursos naturais renováveis, reciclagens, cuidados extremos com rios e nascentes, não poluição do ar, da terra e dos oceanos e são ligadíssimos nos Princípios do Greenpeace. Destaque para a proposta anti-nuclear, bandeira mundial em comum aos verdes.
É bom entendermos que os verdes, embora com uma variância de origem na esquerda, sempre estabeleceram grandes debates contra os marxistas ortodoxos, socialistas, sociais-democratas e comunistas, justamente pela variância anarquista do pensamento ecologista.
Por incrível que pareça aí surge uma revisitação histórica aos pressupostos teóricos de Pierre-Joseph Proudhon (FOTO). Aliás, Proudhon nasceu em Besançon, grande cidade francesa onde os verdes conquistaram o domínio municipal domingo último.
Sugiro os meus leitores que assistam ao filme “O Jovem Marx”, disponível no Youtube. Esse filme mostra a profunda admiração que Karl Marx tinha por Proudhon, que é, digamos assim, uma espécie de tataravô do movimento anarquista francês.
Os verdes atuais tem um viés pragmático no que tange as relações exteriores, sendo nacionalistas nas questões ecológicas locais, mas fortemente ligadas às questões internacionais ambientais que une os vários partidos verdes europeus. Bandeiras como combate ao efeito estufa, salve o ozônio, o ozônio salva, combate ao desmatamento, harmonia na agricultura, aversão aos agrotóxicos, combate as poluições urbanas, inclusive com uma crítica tenaz ao atual desenvolvimento industrial, passando por uma forte crítica à indústria automobilística, defesa da energia solar, eólica e hidráulica, repúdio ao petróleo e seus derivados, combate as guerras e a indústria armamentista, combate ao serviço militar obrigatório, defesa radical do saneamento, e – é claro – do acordo de Paris sobre o clima … são algumas das bandeiras verdes. Ademais, vale frisar a aversão verde as grandes lavouras monoculturais (detestam soja) e combatem ferozmente os agrotóxicos.
USO MACIÇO DA BICICLETA
Avessos a carros e motos, os verdes, na França e demais países expressivos da Europa, são famosos pelo uso da bicicleta.
Entretanto, os verdes atuam fortemente em cima dos direitos civis, como o combate ao racismo e qualquer tipo de preconceito e defendem abertamente a liberação da maconha e algumas drogas leves. É claro, os verdes defendem a redução do Estado na economia, mas não pelo viés neoliberal e – sim – anarquista.
OS VERDES NO BRASIL
No Brasil, o PV foi articulado enquanto ideologia política por Fernando Gabeira, Alfredo Sirkis, Carlos Minc, dentre outros, mas com um viés no MR8, de origem marxista, nos idos dos anos 80, mas legalizado enquanto Partido Político em 1986.Eu anotei muito e observei o nascimento e desenvolvimento do PV em nosso país, e denota-se uma vertente muito mais ligada à liberação das drogas, aborto e direitos civis, do que uma proposta econômica propriamente dita, que foi apropriada pelo PT.
CHICO MENDES E MARINA SILVA, NO ACRE
O PV teve seu auge com Chico Mendes, no Acre, de onde também emergiu Marina Silva, que foi do PV e depois rompeu com os verdes, passou pelo PT e criou o REDE DE SUSTENTABILIDADE. Entretanto, por ser conservadora e evangélica, Marina nunca fechou com os verdes mais genuínos, também defensores do aborto, da liberdade do corpo (leia-se homossexualismo e todas as formas de amar). As propostas verdes acabaram sendo engolidas pelos PT e PSOL. Hoje, o PV têm uma bancada de 4 deputados federais no congresso nacional e o REDE tem 1. O atual líder do PV no Congresso é o jovem advogado paulista Enrico Val Blarcum Graaff.
O PV no Brasil foi bastante esteriotipado, especialmente com as candidaturas a presidente do país do jornalista Fernando Gabeira, hoje GloboNews, que ficou famoso no mundo por liderar o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969. Até hoje é proibido de entrar nos EUA e, se entrar, existe ordem de prisão contra si. Gabeira foi deputado federal e quase ganhou as eleições para governador do Rio de Janeiro. Atualmente, tem 79 anos. Escritor e jornalista de grande credibilidade. Autor de livros mundialmente reconhecidos, foi objeto de filmes, novelas e séries na rede Globo.
Muito criticado pela esquerda, virou ícone dos bolsonaristas na sucessão de 2018. Leia mais no DCM:
ENTENDER A VITÓRIA VERDE NA FRANÇA – 28/06/2020
Entender a recente vitória verde no último domingo, na França, bem como entender a forte presença Verde na Alemanha, Suécia, Austria … implica em entender a genealogia dessas ideias, que há décadas permeiam a política europeia e que – agora – em meio a pandemia mundial do coronavírus, parecem ter seu apogeu. Se olharmos a forte presença verde no parlamento europeu, é indicativo de uma tendência pesada.
É um espectro que assombra a Europa. O espectro do anarquismo ecológico.
*Jornalista, MTb-RS 11.175. Editor do Blog. Advogado e Bacharel em Sociologia.
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Jornal ESTADO DE MINAS (Belo Horizonte/Minas Gerais)
O BLOG INDICA PARA SEUS LEITORES “HISTÓRIA E MEMÓRIA DA PESTE SUÍNA AFRICANA NO BRASIL – 1978/1984”. Clique no link para entender os antecedentes:
Chamado de G4, o vírus é derivado da cepa H1N1, que causou a pandemia de 2009.
Pesquisadores chineses identificaram um novo tipo de vírus da gripe suína, capaz de gerar uma pandemia, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista científica americana “PNAS“.
Chamado de G4, o vírus é derivado da cepa H1N1, que causou a pandemia de 2009. “Ele possui todas as características essenciais de ser altamente adaptável para infectar seres humanos”, assinalam os autores do estudo, cientistas de universidades chinesas e do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças chinês.
De 2011 a 2018, pesquisadores colheram 30 mil amostras de secreções nasais de porcos em abatedouros de 10 províncias chinesas e em um hospital veterinário, o que lhes permitiu isolar 179 vírus da gripe suína. A maioria era de um novo tipo, dominante entre os porcos desde 2016.
Os pesquisadores realizaram vários testes, inclusive em furões, animais muito usados em estudos sobre a gripe por apresentarem sintomas semelhantes aos do homem, principalmente febre, tosse e espirros. O G4 se mostrou altamente infeccioso, replicando-se em células humanas e causando mais sintomas sérios nos furões do que outros vírus. Os testes também mostraram que qualquer imunidade adquirida com a exposição à gripe sazonal não oferece proteção contra o G4.
De acordo com exames de sangue que mostraram anticorpos criados pela exposição ao vírus, 10,4% dos trabalhadores da indústria de carne suína já foram infectados. Um total de 4,4% da população em geral também parece já ter sido exposta ao vírus.
O vírus já passou dos animais para o homem, mas não há evidências de transmissão entre seres humanos, maior preocupação dos cientistas. “É preocupante que a infecção humana pelo vírus G4 promova a adaptação humana e aumente o risco de pandemia”, assinalam os pesquisadores, que pedem medidas urgentes para monitorar as pessoas que trabalham diretamente com porcos.
“O trabalho vem como um lembrete salutar de que corremos um risco constante de surgimento de novos patógenos de origem animal, e de que animais de criação, com os quais o homem tem maior contato, podem atuar como fontes de vírus importantes geradores de pandemias”, adverte James Wood, chefe do departamento de medicina veterinária da Universidade de Cambridge.
Índia proíbe o uso do Tik Tok em seu território. Ademais, são 50 aplicativos chineses proibidos.
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Honestamente, não tem mais como Carlos Alberto Decotelli da Silva tomar posse como Ministro da Educação do nosso país. Problemas na dissertação de mestrado, doutorado sem conclusão e, hoje, a Alemanha desmente seu pós-doutorado.
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Sérgio Moro lidera todas as pesquisas como mais forte rival de Bolsonaro. A direita terá dois candidatos e esquerda até hoje não fez nenhuma autocrítica.
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Queria ver o povo petista e seus penduricalhos escolher entre Moro e Bolsonaro. Na dúvida, iriam de Moro, imagino.
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Interessante à posição da polícia federal. Agora, demonstram alta autonomia ao contestar as buscas abusivas. Se de um lado é louvável, de outro, está notória a quebra de hierarquia e a desmoralização da corte suprema do país. Não sei se existem analistas neutros no Brasil. Mas a acriticidade dos setores jurídicos de esquerda no país deixa-nos perplexos. Ao investir e perseguir à direita, esquecem-se que esse precedente pode se voltar – logo ali adiante – contra a própria esquerda. Pior que a acriticidade é a complacência com o arbítrio e a imbecibilidade do maniqueísmo mecanicista.
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Vereadores de Santiago votam contra a redução dos próprios salários. Quer dizer, bancada do PP. A resposta deve vir nas urnas, rejeitando essa bancada e renovando a mediocridade da oposição.
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Eu recebi um vídeo do professor Chico Gorski, então diretor-geral da URI-Santiago, dizendo que Tiago Gorski era o melhor candidato a prefeito de Santiago porque tinha Mestrado e Doutorado.
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Nós temos um grupo de doutores em Santiago, todos com diploma expedido pelo Museu Social da Argentina. Aquele que alugava uma sala da Universidade Católica de Pelotas.
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Cláudio Cardoso estuda a possibilidade de continuar servindo o povo de Santiago na condição de vereador. Uma bela decisão, grande orador, tem tudo para ser o mais votado de Santiago.
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Na última viagem minha a Porto Alegre descobri uma farmácia que cobrava 10 reais para medir a glicose. Depois, em Santiago, descobri uma farmácia que cobrava 5 reais. Agora, estou numa cidade que mede tudo graciosamente, isso no Capão do Cipó.
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Eu já achei que o vereador Gildo seria o mais votado de Santiago na oposição. Impressionante como os fatos andam. Hoje, já acho que o mais votado da oposição será Lucas Figueira.
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Guilherme Bonotto e Mauro Burmann são excelentes amigos e ótimos políticos. Ou vice-versa, sem dizer quem é o vice.
O domingo se encerra sob a égide de uma derrota do presidente francês Macron. As eleições municipais, particularmente na grandes cidades, foram duras contra o presidente e seus aliados. Vitória para os coletes amarelos.
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Decisão inédita do STF suspende a aplicação do INPC como índice de correção em ações trabalhistas em todo o país
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China bota 500 mil moradores de Pequim e arredores em quarentena forçada. É o avanço do coronavírus, algo impensado duas semanas atrás.
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Reação dos promotores e procuradores contra o ministro do STF, Moraes, em reclamação na corte interamericana de direitos humanos, evidencia presença fortemente conservadora. Pontos para Delton Dalagnol, o principal procurador federal da lava-jato que é evangélico da Igreja Batista.
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Reunião de presidentes de partidos com Rodrigo Maia selou, em tese, o adiamento das eleições. Resta a confirmação em plenário virtual.