

Na longa noite passada, revisei um pendrive de fotos da Nina, observei-as com cuidado e sempre fui de ver bem as fotos que marcaram épocas de minha vida.
Essa era minha mãe, minha falecida mãe.

Minha mãe era bonita, uma pessoa doce e boa. Altamente humanitária e sempre me ensinou a repartir o que eu tinha com as pessoas mais pobres. embora eu fosse muito pobre, como sempre fui.
Como se eu soubesse o destino de minha vida, nunca me liguei em bens materiais. Sempre dormi pelos cantos, nunca tive cama e até hoje durmo num sofá velho emprestado pelo dr. Aléssio, um raro amigo que eu estimo muito.
A minha filha pintou uma aranha numa teia e tudo está intacto em sua cama, foto que impressionou a assistente social quando veio fazer o estudo social de minha casa. Lembrei-me que quando eu tinha a idade da NINA também desenhei uma aranha enorme de grande na parede do meu quarto.
Era janeiro de 1984 e tinha tomado água num açude em Maçambará. Cheguei no gabinete do deputado e desembargador Bisol bem mal. Falei para o Juarez Pinheiro, que na época não era petista, que eu não estava bem e fui atendido no posto médico da Assembleia Legislativa. Volto até o gabinete do Bisol e olho a casa onde Tarso Genro morava e- mesmo ao longo, em frente ao TJ – vi que tinha gente na casa. A Luciana houvera me dito que não estariam, decido ir até o apartamento.
Na real, eu houvera tomado a água do açude e tinham lavado máquinas agrícolas e toda a água estava contaminada. Assustado, pensei em contar tudo a Sandra, que é médica e era muito minha amiga. Toquei no interfone o Adelminho me atendeu e pediu para eu subir. Constrangido subi, mas o carinho e o afeto de Adelmo foram fantásticos e conheci sua companheira, me lembro bem que ela fumava um cachimbo, embora me pareça que seu nome era Márcia Ustra.
Converso bastante com Adelmo e Márcia e saio de lá, numa época em que não existiam celulares, volto ao gabinete do Bisol e ligo para o Antônio Gutierrez, artista plástico radicado em Maçambará. Conto a ele sobre a água envenenada que tomei e ele me diz que é um absurdo as lavagens de máquinas agrícolas dentro do açude e que há dias existia mortandade de peixes.
Lembro-lhe que o pessoal do Partido Verde da ALEMANHA houvera falado comigo e que iriam até MAÇAMBARÁ atrás de cactus raros que GUTIERREZ os cultivava.
Sozinho, me sentindo doente, porém medicado, encontro minha grande amiga Mirian Beck Bisol, historiadora, que fora casada com o filho mais velho de Bisol, Ricardo. Conto-lhe sobre a água e ela me fez chás, botou-me deitado num sofá e preparou-me comida. Era uma grande amiga e uma pessoa sensacional.
O Bisol tinha uma filha que era médica-psiquiatra forense, Tula é o nome dela, eu não tenho certeza, mas acho que tinha também uma menina com o nome de Tula que era filha de RICARDO e MIRIAN, eu acho que hoje ela é PHD em quimica, mas não tenho certeza.
O Pastor Aldo Antonio Dornelles, aqui de SANTIAGO, bate no gabinete do Bisol atrás de mim. Era uma missão impossível. Um rapaz, que morava ao lado da IGREJA, matou a noiva e deu-se dois tiros na cabeça. Estava interditado, quando se converteu, O pastor conta-me toda a história e como eu não morava em Santiago sequer sabia da história. O pastor queria uma carta do deputado ao governador. Eu faço a carta e levo-a no plenário. O Bisol, juiz, me diz que não poderia assinar aquela carta. Como todos nós sabíamos desenhar o nome de Bisol, era apenas um B, eu digo a ele que eu mesmo assinaria por ele. Feito, assinei e o Pastor Aldo não entendeu nada. Mas levou a carta em mãos a Casa Civil.
O governador manda a carta a psiquiatria forense e a carta cai na mão da própria filha de Bisol.
Eu assisto ao pessoal da direita e da esquerda. Como não tenho TV, apenas uso um velho notebook do Artur Viero e é minha forma de acesso a informação. Eu fico impressionado como a direita é burra e fazem um carnaval em cima do Lupi. Ontem, eu uma revista velha, ISTO É, de janeiro de 2014 onde a senhora ANA CRISTINA AQUINO, diz que levou 200 mil reais em dinheiro vivo para o Lupi.
Se sabiam disso tudo, o que fizeram que o deixaram no gverno?
Mas ninguém me tira da cabeça que a direita é burra, pois até hoje não viram o eixo do eixo dos canais de consignações de pagamentos com descontos em folha da receita federal e das receitas estaduais e não envolve INSS e sim todas as elites públicas. Assombrosa essa falta de visão e essa falta de conhecimento técnico de como se processa isso pelo meio associativo e sindical, até parecido com o caso do INSS, mas totalmente diferente na concepção e montagem, tudo muito legal. Muitíssimo.
Eu fiz uma escolha de vida consciente, nunca tive nada e nunca vou querer nada. Se eu pudesse, trabalharia graciosamente para ajudar as pessoas. Deus me mantém vivo e vou vivendo como posso. Me afastei das igrejas evangélicas pelo comércio da fé, embora tenha herdado bons hábitos dentro da igreja, pois nunca fumei, nunca bebi e sequer conheço maconha ou cocaína. Nunca me convenci de religiosos que vivem sem trabalhar e sem estudar. Quando eu tinha 18 anos o Pastor Aldo me convidou para eu ser pastor. Nunca seria pastor, não suporto esses Malafaias e esses Marcos Felicianos que atribuem a África como um continente amaldiçoado. Insuportável tudo isso.
A única vida que tinha valor na minha vida ainda luto por ela, mas marquei bem o papel de cada um na sórdida armação. Ninguém fica impune comigo, ninguém é ninguém.
Já bem adulto, depois de destrinchar VALDOMIRO LORENZ, me dediquei a ler toda uma coleção de ocultistas.
Francisco Valdomiro Lorenz me ajudou, e muito, a entender a CABALA e, de certa forma, após adquirir tal conhecimento passei a desprezá-lo com a perda de interesse. E nunca mais nada me atraiu, embora sempre mantive o interesse pelo ESPERANTO e Lorenz era um esperantista reconhecido. Até volta e meio eu ainda escreva sobre o ESPERANTO.
Mas – na mesma proporção em que fui conhecendo a CABALA com LORENZ, fui concluindo, não sei se certo ou errado até hoje, que espírito sequer existia e que todas as construções teóricas acerca de espíritos eram apenas conjeturas humanas. Li e entendi os OCULTISTAS, apesar de ler quase todos os volumes, porém chocado com as conclusões de todos, entendi que todos pensavam iguais o mistério da vida e o destino da alma, tudo era reencarnação. O que fazer para quem não consegue acreditar em espíritos de mortos?
Admito que foi o teólogo ateu OSVALDO LUIZ RIBEIRO quem me deu as luzes mais próximas do que eu sempre pensei acerca da vida e das fantasias milenares de almas e espíritos, pelo menos foi a pessoa que me deu as explicações mais convincentes acerca do nada que é a vida após a morte.


Apenas escrevo em busca de compreensão e quiça de algum iniciado sincero disposto a tais reflexões.
Hoje, curiosamente, eu entendi como matam uma pessoa sem sequer chegar perto dela. Os ritos são muito complexos e é preciso desenvolver. Mas não é nada simples, é tudo muito mais complexo do que eu consigo exprimir em palavras.
Eu tive um amigo que conhecia Thelema, fomos muito amigos, até que um dia ele me ofendeu devido uma festinha de aniversário meu, dia 12 de agosto. Eu gostava dele, mas ele foi muito fundo na crítica ao desastre de minha separação. Não sei até hoje com que intenção ele proferiu tudo aqui contra mim. Eu não me abalei e nem nunca temi seus rituais, ele sempre soube que eu conhecia tudo e sequer acredita em quaisquer coisas semelhantes.
Foi num livro desses sobre ocultismo, é claro que não vou citar o nome, que descobri um segredo de minha vida.
Quando eu ia para fora, lá onde moram os pais de Eliziane, nuna pude dormir dentro da casa. Eu me sentia tão mal, tão mal, dentro de casa que eu era obrigado a sair caminhar pelos campos. Existia algo errado, parece até que eu fervia, senti meu sangue, algo muito estranho, embora as pessoas fossem boas e amáveis.
Mas minha paixão pelos cachorros e cadelas me fez comprar uma barraca e ao dormir, todos os animais se deitavam juntos de mim. Era uma festa e eu vivia uma felicidade rara, pois sempre amei cachorros e atos. E não é que foi lendo sobre o ocultismo que eu encontrei uma explicação bem razoável sobre a paixão doentia dos cachorros por mim. Eu sequer os conhecia, não era dono de nenhum deles, mas eu chegava na casa e era uma festa sem precedentes.
Quando criança, eu sempre dormia com meus gatinhos e sempre criei cachorros, da mesma forma. Eu nunca tive medo de nada, de nada mesmo, amava andar no escuro pelos campos afora. Levava muitos sustos, mas nada me punha medo. Amava olhar a lua, as estrelas e as horas passavam rapidamente.
Lembro-me quando criança, cinco, seis, sete anos, eu não suportava ficar na cama a noite, levantava e saia curtir o breu embaixo das bergamoteiras, ficava horas curtindo os céus. Isso tudo me fazia feliz.
Embora leitor de tudo isso, sou apenas curioso, nada além de curioso.
Escrito direto e sem revisão ….