Ao comentar a pouca audiência das TVs a cabo no Brasil, Mario Sabino, do site Antagonista, observa: ” A pesquisa mais abrangente da Kantar Ibope Media, que compila os resultados de todas as TVs da região na faixa das 6h às 5h59, trouxe a GloboNews com 0,31 ponto e a CNN Brasil com 0,10 ponto em junho. Mês passado, os placares eram, respectivamente, 0,39 ponto e 0,16 ponto”.
Em números, esse pico de audiência, quando atinge um ponto, é de 203 mil expectadores. Em outras palavras, a Globo News não atinge 62 mil pessoas. A festejada CNN atinge apenas pouco mais de 20 mil expectadores.
QUANTO GANHAM OS JORNALISTA DA TV BRASILEIRA (Segundo o site QueroBolsa)
Quanto ganha um jornalista?Salário de jornalismo
Salário médio de jornalista no Brasil. R$ 2.456. Salário médio de jornalista no Brasil.
Estado com maior salário médio. Distrito Federal (R$ 3.623) Estado com maior salário médio.
Especialidade com maior salário médio. Reporter (Exclusive Radio e Televisao) (R$ 3.490) Especialidade com maior salário médio.
Quanto ganha um apresentador da CNN?Analista de comunicação: R$ 3.222,83. Assessor de imprensa: R$ 2.350,00. Assessor de comunicação: R$ 2.664,08. Repórter: R$ 2.845,40.
Quanto é o salário de um jornalista da Globo News?Repórter: R$ 2.845,40. Redator: R$ 1.849,76. Produtor editorial: R$ 2.755,22. Coordenador de mídias sociais: R$ 3.182,79.
Essas são tabelas oficiais. Já os salários dos âncores e apresentadores estão despencando, muitos foram reduzidos ao meio. A crise na Gobo não têm precedentes na história da emissora.
Os mega salários também despencaram, isso sem se falar nas demissões assustadoras.
A China suspendeu as importações de carne suína de dois frigoríficos localizados no Brasil, da JBS e da BRF, ambos no Rio Grande do Sul.
Segundo a agência Reuters, o veto da autoridade aduaneira chinesa vale para uma unidade da BRF, em Lajeado, e uma da BRF, em Três Passos.
A informação sobre a proibição do embarque da carne oriunda dos dois frigoríficos foi publicada no sábado (4) no site da Administração Geral de Alfândega da China. No boletim consta apenas os números de registros das unidades e não há explicação para o motivo da suspensão.
Segundo o site ANTAGONISTA, A Revista The Economist deu um alerta terrível. Segundo estudos do Instituto Tecnológico de Machassutts, e pior pandemia de coronavírs ainda nem aconteceu. Segundo o MTI, para cada pessoa contaminada, existem 12 outras que sequer sabem. A pandemia continua e vem pior. O título é sugestino: o pior está por vir. A matéria está na revista fechada para assinantes.
Terminei, hoje, pela manhã, a leitura do livro-projeto de Ciro Gomes e seus protocolos de boas-intenções.
Primeiro, creio os trabalhistas da região, que andam de frescuras pragmáticas com o PP, deveriam ler o livro; com certeza, descobrir-se-iam no partido errado. Os pressupostos teóricos e metodológicos do PDT, especialmente os delineados por Ciro, são avessos à ideologia do PP, suporte da ditadura militar e uma direita avessa a tudo o que o trabalhismo prega.
Segundo, o livro é lançado com 40 anos de atraso. As forças trabalhistas organizadas, capazes de dar sustentação a um projeto nacionalista de esquerda, em cima do Estado-nação, não existem mais no país. Foram engolidas pela hegemonia do PT, PSOL, PSTU e PCO, ala trotskista e também pelo PC do B, de raiz stalinista. Essas forças já viveram seu auge e – da capitulação da CUT e CGT, num primeiro momento, passando pelo aparelhamento leninista (embora transmitido como gramsciano, onde a correia substitui a hegemonia) o movimento sindical nacional foi engolido, devorado, tanto que não esboçou resistência nem mesmo ante o engolimento dos direitos trabalhistas e o naufrágio absoluto das conquistas da classe operária.
Embora Ciro tente converter o trabalhismo brizolista à segunda internacional socialista, que deu origem à social-democracia européia, duvido que algum bom analista político não vejo um erro histórico na proposta, pois nem a história anda para trás e nem os movimentos sociais são transportados mecanicamente.
É claro que o livro de Ciro é até bem-intencionado. Não nego isso. Mas de boas intenções o inferno está cheio.
O Estado-nação defendido por Ciro só seria possível pelo fechamento do Estado-nacional, sei lá, ao melhor estilo coreano do norte, se é que cabe algum paradigma. Em plena modernidade tecnológica, da telemática à robótica, mas especialmente pela telemática, seria quase um absurdo propor o consumo isolado, e nem estou falando na dependência tecnológica. Pelo projeto de Ciro teríamos que ter pólos nacionais de vanguarda, em termos de domínio científico e tecnológico, num mesmo nível do Japão, França e EUA, com seu vale do Silício na baía de San Francisco, Califórnia, abrigando gigantes mundiais como a Apple, o Google e o Facebook.
Já que o livro é um conjunto de mecanicismos, hello Althusser, creio que nem nos EUA caberia projeto de estado-nação trabalhista-cireano, dado a superação histórica e factual da proposição esboçada no livro de Ciro.
Um projeto, como o Ciro, ignora a ideologia que permeia as Forças Armadas, afinal nenhum projeto nacionalista como o proposto, seria, em tese, viável sem o suporte das FFAA. Por outro lado, não fica claro como ele propõe um refundação da classe operária nacional, nem como proporia redefinir o pacto social, político e econômico e nem as bases do imaginário futuro neo-sindicalismo nacional.
O operário nacional foi corroído pelo germe do neoliberalismo e pensa como investidor, isso parece que Ciro não nota.
Ademais, a configuração das forças sociais emergentes, estratificadas dentro das classes socais, porém ultra-classe, não é abordado, por exemplo, é o pensamento católico conversador e – em maior grau – o pensamento evangélico, que tem uma unidade de setor, à Pierre Bordieu, mas que transcende – pela metafísica- o simples pensamento de classe. Ninguém leva a sério, mas esse é o maior nó górdio para quem quiser entender o movimento dos estamentos, hoje, dentro das classes sociais nacionais.
Isso corroeu aquela leitura clássica marxista entre classes sociais/econômicas dominantes e dominadas.
Esse é um livro para iludir as bases nacionalistas acríticas. Serve como projeto político pessoal e tentará coptar os setores perdidos, órfãos do PT e seus satélites, troskos e neo-troskos, assim como o colorido stalinista de Manu e essa gurizada que marcha na paulista ostentando o símbolos da IV Internacional de 1938, ao lado dos órfãos de Enver Hoxha.
Cerca de 15 anos atrás, quando publiquei o livro A LINGUAGEM JURÍDICA NA IMPRENSA ESCRITA, minha intenção era apontar as impropriedades gritantes da construção de uma narrativa, por um jornalista, sem formação jurídica.
Passadas quase duas décadas, o problema persiste e se agrava.
Cada vez mais enxutas, as redações são também são cada vez mais desqualificadas. Nem falo da linguagem jurídica, falta formação polímata mesmo.
Saudades dos tempos em que um staff jurássico, assegurava qualidade e riqueza para os leitores, assinantes e ao público em geral.
Cansei e vi meu sonho naufragar. A segmentalização – hoje – soa absurdo. A generalização avança, e com baixíssima qualidade.
A imprensa vive uma crise, sem precedentes no Brasil, bem mesmo antes do advento do coronavírus.
O assunto que vou abordar não é conexo. Mas é opinativo. E o foro por prerrogativa de função do senador Flávio Bolsonaro?
Bem, antes de mais nada, é uma graça o que se vê hoje. Manipulações na construção discursiva é o que mais aflora, com a imprensa tentando pautar as decisões judiciais, especialmente nos no eixo Rio-São Paulo.
No caso do senador Flávio Bolsonaro já se criou um terrível consenso e já escolheram o fórum competente para o seu caso.
Senão vejamos:
1 – Flávio era deputado estadual e tinha foro privilegiado. A competência era do TJ-RJ. Até aí todos concordam. (Aberração mesmo, corrigida em tempo, eram os vereadores do Rio de Janeiro ter foro especial, próprio dos deputados estaduais. Um texto constitucional estadual vivamente inconstitucional e não recepcionado pela constituição federal).
2 – Flávio Bolsonaro deixou de ser deputado estadual, mas se elegeu senador da república. Será que ele perdeu o foro por prerrogativa de função?
3 – Ele deixou de ser deputado estadual, mas manteve as prerrogativas de foro, na medida em que conquistou o mandato de senador.
4 – Embora a torcida midiática ao contrário, é evidente que o foro por prerrogativa de função dele, não é competência do juízo “a quo”. O que será decidido é se os supostos crimes praticados no exercício do mandato de deputado estadual são competência do juízo “ad quem”. Ele não perdeu o foro privilegiado, apenas adquiriu um outro, com a eleição de senador (cujo foro competente é o STF). A competência penal, nesse caso, será definida entre o TJ-RJ ou o próprio STF. Jamais um juízo “a quo” será competente, até porque ele não perdeu o foro por prerrogativa de função. Apenas ganhou um outro, na medida em que era deputado estadual e elegeu-se senador da república.
Custo a crer que o STF opte por deixar o caso dele no juízo “a quo”. Mas também não duvido. O clamor midiático é forte e pode até suprimir um instituto jurídico de fácil leitura e compreensão.
Cheguei até a ventilar a hipótese de o STF se declarar competente para o caso concreto. E isso não é descartado. Aí será a maior bola fora da defesa e a festa global. Não é preciso ser um analista do STF para prever a decisão nessa hipótese.
Ele tinha um, não perdeu, apenas ganhou outro, mais qualificado. Mas os detratores interpretam que ele perdeu, ao ganhar um mais qualificado. Patética essa leitura e absurda essa narrativa, desprovida de ética jurídica. Se mais uma vez prevalecer o “senso popular” e o clamor midiático global, o Direito estará sacrificado mais uma vez em nosso país
Não estou discutindo se ele é culpado ou inocente. Estou analisando apenas a questão processual e jurídico-constitucional. E não há que se falar, nesse caso, em translatio iudicii.