Qual o futuro da política santiaguense? Agora, pós eleições?

Passado o advento da eleição presidencial de 2022, as extensões da política se voltam agora para as eleições municipais de 2024.

Em Santiago, a oposição parece mais fragmentada do que nunca. O maior partido de oposição ao PP, o PL, está bastante dividido. Miguel Bianchini defende a tese de que o PL deve se voltar para a eleição proporcional, apostando forte na eleição de uma bancada de dois ou três vereadores. Na minha opinião, Bianchini voltará a concorrer a vereador. Já o vereador Gildo Fortes não mais concorrerá ao parlamento e deve ser o nome ungido do PL para concorrer ao cargo de prefeito. Resta saber como ficará a composião da oposição de direita e centro direita. Um deles, o Republicanos, deve compor com o PL, embora não se saiba, exatamente, os rumos do MDB e do PSDB. Quem não se sabe o rumo, ainda, é do ex-deputado federal Marcelo Brum.

Contudo, a oposição tem sua ala  à esquerda e aí incide a força do PT e do PDT. É quase óbvio que o espectro deverá ter um candidato a prefeito, podendo ser um nome do PT com um vice do PDT. Não se sabe – exatamente – os rumos do grupo de Lucas Figueira e Eila Lima, do extinto PTB.

Já na situação o céu parece mesmo ser de brigadeiro. O prefeito Tiago conduzirá a sucessão dentro do PP e o seu nome deve ser Piru Gorski, tendo Éldrio Machado como vice.  Paralelo a isso, Tiago Gorski é candidatíssimo a deputado estadual em 2026, sendo um potencial candidato para superar os 40 mil votos e reconquistar a hegemonia tradicional do PP santiaguense na política estadual.

Eu cheguei a pensar que o ex-prefeito Ruivo seria candidato a eleição de 2024. Mas não, ele declarou isso em pronunciamento no diretório do PP e anunciou sua saída da política.

Sem sombras de dúvidas, o grande vencedor da eleição de 2022 foi Tiago Gorski, que não fez nenhum movimento, abriu mão de ser o candidato em favor de Júlio Ruivo e, hoje, tudo conspira ao seu favor.

Com a oposição dividida entre dois grupos, o cenário se configura extremamente vantajoso para Piru Gorski em 2024 e para Tiago Deputado estadual em 2026.

Sinceramente, não imagino o PT e o PDT apoiando um nome bolsonarista do PL, e Gildo não abre mão de sua candidatura a prefeito em 2024. Gildo saiu debaixo do guarda-chuva de Cherine e Bianchini e passou para o fortíssimo grupo do Deputado federal Sanderson, bancado pelo agro santiaguense e com fortes ramificações à direita bolsonarista.

Enfim, assim caminha a oposição santiaguense e assim caminha a situação santiaguense. Não existem ruídos capazes de abalar a candidatura Piru e nem a de Tiago para deputado.

A política santiaguense é muito fácil de ser lida e compreendida.

Simples assim. Eventuais variações, não mudam o quadro mais importante e significativo.

Governo tucano, apoiado pelo PT, PDT, PSOL, PSB e PC do B, inicia ritos de privatização da CORSAN

Ontem,  governo do Estado promoveu audiência pública sobre a privatização Corsan.Segundo o secretário adjunto Guilherme de Souza, a desestatização é necessária para viabilizar o cumprimento da Lei Federal 14.026/2020, Lei do Novo Marco do Saneamento.

A água para os gaúchos será vendida por uma empresa particular e vai virar comércio nas mãos de empresários ricos e abastados.

Imaginem – agora – quando começar o governo neoliberal de Eduardo Leite, alguém tem dúvidas das privatizações que virão?

Eu não sou estatista, mas entendo que a água, por ser um bem de valor precioso para as família, especialmente para os mais pobres, devia ficar nas mãos do Estado e não poderia  ser objeto de comércio e lucro.

Agora, toda essa esquerda inconsequente que marchou com Eduardo Leite, rasgando suas bandeiras históricas, vai pagar um preço muito alto. As lideranças estaduais, em Porto Alegre e com alto padrão de vida,  jogaram seus filiados na charneca. Para eles pouco importa se a água será privatizada ou não. Quem vai sentir mesmo o caos da privatização serão as pessoas mais humildes de nossa sociedade. E os culpados, historicamente, serão os líderes de esquerda em nosso Estado, que a pretexto de combaterem Ônix,  jogaram os mais pobres num abismo sem precedentes.

Queria ouvir um essa esquerda gaúcha que, mesmo sabendo da fúria privatista dos tucanos gaúchos, se jogaram nos braços neoliberais dos filhotes Jorge Paulo Lemann.

Teremos saudades dos tempos em que as pessoas com sede batiam em nossas casas pedindo um copo de água.