O SHOW DO ESCRAVOCRATA DE CAXIAS DO SUL

Paulo Ghiraldelli é filósofo, escritor e jornalista. Possui mestrado e doutorado em Filosofia pela USP. É pós-doutor em Medicina Social pela UERJ. Também é mestre e doutor em Filosofia e História da Educação pela PUC-SP. Graduado em Filosofia pela Mackenzie e licenciado em Educação  pela UFSCar. Livre docente e professor titular pela UNESP.

Lecionou em diversas universidades do país e esteve como pesquisador convidado na Oklahoma State University (USA) e na University Of Auckland – Nova Zelândia. Atualmente é membro da ISFP – International Society Philosophy. É editor do Contemporary Pragmatism – periódico internacional . Coordenador e pesquisador do Centro de Estudos em Filosofia Americana (CEFA). É líder da esquerda reflexiva e se contrapõe ao discurso identitário. É o maior filósofo brasileiro de todos os tempos.

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Das vinícolas e a mão-de-obra escrava e análogas à escravidão

Era o ano de 2012 e eu acordado até 3 horas da manhã, decidi seguir viagem para Maçambará, com o escopo de visitar minha filhinha e a genitora dela.

Estrada vazia, quando adentro do trecho de chão, pouco antes da 4 horas da manhã, encontro um senhor que conheci na casa dos meus então sogros.

Ele já havia caminhado uns dez kms a pé e ía para o seu trabalho.

Senti uma profunda dor pela vida daquele pobre homem. É claro, nunca consigo esquecer-me de minha condição de sociólogo e advogado.

Achei aquilo um absurdo sem precedentes, pois pelo que ele me disse teria que andar ainda mais 10 kms.

O caso daquele senhor apenas ratificou o sentimento que sempre tive das condições de trabalho do agronegócio brasileiro, onde boa parte da mão-de-obra empregada é escrava ou análoga à escravidão.

Esse problemas das vinícolas que produzem vinhos finos para o mercado dos ricos, é a ponta do iceberg, pois se as propriedades rurais que empregam mão-de-obra é quase toda ela análoga à escravidão.

E as jornadas de trabalho no meio rural são absurdas, liquidam com a saúde dos próximos que, em poucos anos, estão detonados para o resto de suas vidas, até a morte.

Uma das minhas maiores irritações com o então deputado santiaguense Marcelo Brum é sua submissão aos interesses do agro e sua acriticidade acerca das relações de produções.

Esse discurso de que o agro fornece comida é uma baita mentira. Eles vivem para as exportações e fazem de tudo para ampliar seus lucros, inclusive envenenando a natureza com cargas de agrotóxicos malversados.

A bem da verdade, friso que reconheço exceções, patrões honrados e que tratam seus empregados com dignidade. Mas, vale a palavra: exceções. Exceções à regra. Existem sim e conheço vários aqui em nosso meio.

Mas a regra é a exploração sem precedentes, o sugar máximo do suor e da vida dos trabalhadores rurais.

Li sobre um grupo temático que está sendo formado no governo do Presidente Lula, exclusivamente para apurar as condições de trabalho no meio rural.

Louvo essa iniciativa. Isso sim é um resgate da dignidade das pessoas que trabalham no agronegócio.

Do contrário, viveremos com ricos cada vez mais ricos, com camionetões cada vez mais exuberantes e mais caros e os seus trabalhadores vivendo na indignidade humana.

Eu apenas votei no Olívio para o senado, mas o governo Lula parece que está no caminho certo e isso tem me agradado sobremaneira.

Justiça no campo é tudo que almejo, pois conheço como ninguém os absurdos que são cometidos contra os trabalhadores no meio rural, particularmente em nosso Estado, onde aparece como vaguarda nas relações de trabalho e com exuberantes índices de produtividades. Graças a quem? A mão-de-obra empregada nessas fazendas, onde todos os direitos trabalhistas são violados.

Aliás, já estava na hora do governo Lula revogar essa reforma trabalhista de Temer e ampliar os grupos de trabalhos para identificar mão-de-obra escrava no campo, o que não quer dizer que nas cidades, estas também não estejam presentes.

Agora em Santiago a coisa está ficando boa graças a lucidez de Júlio Garcia. PT e PDT vão marchar juntos e unidos, sem essa de trabalhistas abraçados com um expoente do agro (pelo menos se acha) como Marcelo Brum, que deveria ter compromisso com os pobres, mas só bajula os ricos.

Eu aposto que essa aliança PT/PDT vai florescer grandes frutos e se tudo trabalhado bem direitinho, com campanhas explicativas e didáticas, poderemos dar um susto nas classes dominantes e no agro que, em Santiago, é majoritariamente PP.

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Polêmicas e CIA vem aí com mais um vídeo

Sei que é um relato de vacas, vendas de  carnes e outros bichos mais.

Tudo em Santiago.

É mais um escândalo fenomenal.

Quem gosta de bater, não cuida do próprio rabo.

 

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