Barbárie e a gênese do fundamentalismo tropical

A política do Brasil começa a dar sinais de descontrole e assunto muito pouco focado foi a imolação e posterior morte de um senhor em frente ao STF. O rapaz, segundo se sabe, protestava contra o Ministro Moraes, do STF.

Se de um lado foi um ato impensado desse pobre homem que veio a óbito, de outro, é estranho o silêncio da imprensa, pois se negam a divulgar até o nome do mesmo, sua cidade, sua origem ideológica e nada sobre as investigações são publicadas.

O perigo desse ato é claramente o surgimento do terrorismo tropical, ao estilo homens-bombas de alas radicais do islamismo. embora, repito, o terrorismo é fruto de uma ala radical do islamismo e não representa o pensamento médio do islã como um todo.

De qualquer forma, se o ato foi impensado de um lobo solitário, embora o ineditismo em nossa política, sabe-se que tais atos são propulsores de reação em cadeia. E isso, claramente, pode incentivar novos lobos ou até gerar uma alcatéia.

Os atentatos as torres gêmeas mostram claramente que o fundamentalismo é – sim – uma arma política, onde a vida de pessoas perdem o sentido e o valor diante do sacrifício por uma causa maior. E esse ato desse homem que imolou-se em fogo e veio a óbito é prelúdio desse movimento no Brasil.

É claro que isso é reflexo do ódio e esse, desde Adélio Bispo, está claro que o ódio político está tomando expressão em nosso país e isso é um indicativo muito perigoso. Ninguém mais fala em pacificação nacional, em desarmamento dos espíritos e os rumos apontados são perigosos demais. E os dois lados do espectro político nacional agem com destempero e incentivam o conflito.

Não foram poucas as pessoas que pensaram e externalizam pensamentos: – se o cara queria se matar, que levasse bombas ao corpo e levasse os deles junto. A cadeia do ódio começa exatamente assim.

Li que a polícia encontrou nas buscas junto ao corpo desse jovem imolado, diversos panfletos de cunho político, com imagens de figuras como:

Do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela;

do alemão Johann Georg Elser, famoso por tentar matar Adolf Hitler;

de Claus von Stauffenberg, líder da Operação Valquíria, que também tinha como intuito executar o ditador alemão, imortalizado no filme de mesmo nome por Tom Cruise.

Ora, isso não é literatura de alguém de direita clássica, muito antes pelo contrário, parece coisa de alguém sintonizado com fatos políticos internacionais e aí reside o perigo do ato desse homem.

É óbvio que os nossos ministros do STF correm riscos de vida, assim como expoentes políticos do PT e do próprio bolsonarismo.

Desde Adélio, passando pela tentativa de explodir um caminhão tanque e agora com essa imolação masculina em frente ao STF, fora fatos que devem ter existido e que não vieram à tona, são indicativos perigossísimos de nossa política, pouco estudados, pouco analisados e até subestimados. O próprio Bolsonaro, quando capitão da ativa, em seus planos contra superiores e por melhores soldos, elaborou planos de colocar bombas em dutos militares.

Esse é um rumo muito complicado em nosso país. Da apologia à docilidade tropicalista, os indicativos são claros de que estamos tomando os rumos extremistas, especialmente do fundamentalismo político e religioso, cujas consequências ninguém tem claro em nosso país.