Confissões intimistas de um jornalista – parte 2

JULIO CESAR DE LIMA PRATES – Jornalista  Nacional Registrado no MTb-RS sob nº 11.175

Jornalista com Registro Internacional sob nº 908225.

 

Prosseguindo a versão parte 1.

Eu sempre gostei de escrever, de lidar com jornais, com papéis e ter muitas canetas coloridas em minha mesas de estudos.

Eu vivia entre Porto Alegre e Santiago, especialmente pela facilidade de viajar de trem. Estranhei quando fiz o vestibular de sociologia na UFRGS, tinham 24 vagas e apenas 16 inscritos. Era óbvio que quase ninguém entendia a sociologia. Eu próprio, fiquei muito dividido entre fazer filosofia ou sociologia.

Mas, minha escolha revelou certa para meus planos e minhas pretensões.

Vim em Saniago para um jantar do PT, Júlio Garcia já era meu amigo de alguns anos, acho, por cima, que o conheci em 1978. Sempre foi um homem reto, de conduta ideológica firme, e sempre identificado com a defesa dos pobres e humildes.

Os anos se passam. Santiago tinha uma faculdade de letras e estudos sociais, mas logo percebi que aqui não era para mim.

Sobrevivi muitos anos vendendo livros, não podia tirar CTPS devido meu certificado militar. Mas, não reclamava, enfrentava tudo de cabeça erguida e ciente do que houvera comigo.

Lembro-me que fui até a casa do dentista PAULO SÍLVA, líder macônico, queria deixar-lhe de presente o livro EMPIRISMO E EMPIRIOCRITICISMO, de LÊNIN, editado em Portugal. Como a ditadura não revista os passageiros do trem, passava fácil materiais que – em ônibus – seriam apreendidos.

Paulo Silva sempre foi uma pessoa amável, querida, um grande e valoroso companheiro. Recebe-me com festa, sorrindo e pergunta se ainda não me pagaram. Respondo que não e conversamos por longas horas.

Isso era uma sexta-feira e Paulo Silva pede-me para eu passar no Dr. Lang. Antes, porém, liga para o médico e ele diz que eu posso passar no seu consultório, nos fundos …

 

Segue-se a parte 3.