Marielle: deputados bolsonaristas pedem vista e adiam análise sobre prisão de Brazão

JB

Deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pediram vista e adiaram, por duas sessões, a votação sobre a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), detido no último domingo (24) acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Como Brazão é parlamentar federal, a prisão precisa ser aprovada pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados. O relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu que a prisão respeitou as exigências constitucionais que dizem que a detenção de um parlamentar só pode ser feita em flagrante e por crime inafiançável.

Os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista alegando para analisar se a prisão preventiva foi legal, argumentando que não tiveram tempo de avaliar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o relatório de Darci de Matos.

“O deputado está preso. Qual é a pressa? Qual é a pressa? Nós precisamos dormir com a cabeça no travesseiro para ter certeza de fazer a coisa certa”, argumentou Gilson Marques.

O parlamentar Roberto Duarte também saiu em defesa do pedido de vista. “Nós precisamos avaliar a questão da prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal. Nós observamos ainda, na imprensa nacional, que não existem provas cabais e que não houve sequer o contraditório. Nós precisamos defender o contraditório sempre e o devido processo legal”, afirmou o deputado acreano.

O pedido de vista foi criticado por parlamentares que defendiam a análise imediata do caso para o encaminhamento da questão, ainda nessa terça-feira (26), para o plenário da Câmara.

Críticas

O pedido de vista foi criticado por parlamentares que defenderam a análise imediata do caso. A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RJ) sustentou que era preciso dar uma resposta ao Brasil ainda nesta terça-feira (26).

“Porque saindo da CCJ, a manutenção da prisão tem que ir ao Plenário. E o Brasil espera que um deputado investigado, aliás, preso por ser mandante do assassinato, de uma vereadora negra, assassinada, que há seis anos espera por justiça, seja votado hoje”, afirmou.

“Atrasar a votação da prisão do Chiquinho e, ao mesmo tempo, atrasar a votação da cassação dele, significa passar pano para miliciano e dar salvo conduto para que esses que não existem sem os tentáculos do Estado sigam tentando se defender”, completou.

Questão de ordem

Antes da leitura do parecer do relator, parlamentares apelaram para que não fosse dado o pedido de vista para não atrasar a análise da Câmara dos Deputados sobre a prisão de Chiquinho Brazão.

O deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA) apresentou questão de ordem defendendo que, no caso de matérias em caráter de urgência, o pedido de vista pode ser dispensado. Como alternativa, Rubens ainda sugeriu que o pedido de vista fosse de uma sessão, e não duas, como prevê o regulamento da Casa.

“Se a vista for por uma sessão, amanhã a CCJ se reúne e amanhã o plenário da Câmara dos Deputados aprecia a prisão. Deixar para o dia 10 de abril é um escárnio para a sociedade brasileira”, disse.

A presidente da CCJ, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), rejeitou a questão de ordem, dizendo que o pedido de vista é um direito dos deputados.

“Nós discutimos por mais de uma hora e buscamos um acordo para tentar votar a matéria hoje, mas vários parlamentares, que são advogados e zelam pelo devido processo legal, estão muito preocupados com os requisitos constitucionais da prisão, independentemente do mérito”, afirmou.

A presidente da comissão acrescentou que, como o processo é um Comunicado de Medida Cautelar, ele não tem o mesmo caráter das medidas legislativas com urgência.

“Não se trata de uma matéria de caráter legislativo, mas é uma comunicação de medida cautelar, tem outra natureza jurídica”, justificou Caroline.

O deputado Rubens Pereira Júnior prometeu recorrer à Mesa Diretora da Câmara contra a decisão de conceder o pedido de vista. (com Agência Brasil).

Caso Marielle gera crise entre o MINISTÉRIO PÚBLICO do RJ e POLÍCIA FEDERAL; entenda as razões

DCM

O recente relatório abrangente da Polícia Federal, com quase 500 páginas, mergulha fundo nas investigações em andamento do Caso Marielle, revelando detalhes que até então estavam sob sigilo no Ministério Público estadual. Essas revelações, segundo promotores e procuradores consultados, levantam questões sérias sobre a parceria institucional, sugerindo ou descuido ou deslealdade, ambas preocupantes para a cooperação entre as entidades.

O Ministério Público destaca que duas investigações sensíveis relacionadas à suposta formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro estão em curso, com o Delegado de Polícia Rivaldo Barbosa entre os investigados. Essas investigações confidenciais foram compartilhadas com a Polícia Federal no contexto do caso Marielle e Anderson, com base em um acordo de cooperação técnica entre as instituições.

O motivo desse compartilhamento, embora não diretamente vinculado ao caso Marielle e Anderson, foi a menção ao nome do delegado Rivaldo por parte do colaborador Ronnie Lessa.

De acordo com o g1, enquanto houve cooperação entre o Ministério Público e a Polícia Federal, o relatório sugere que o MP atrapalhou as investigações ao se opor à federalização, uma afirmação que é contrariada pelo fato de que foi o Superior Tribunal de Justiça (STJ) que recusou a federalização.

É importante destacar que foram duas promotoras do Ministério Público Estadual, Simone Silibilo e Letícia Emile, que lideraram o trabalho que levou Ronnie Lessa ao banco dos réus. O relatório da Polícia Federal reconhece o mérito do MP na obtenção de delações, mas também levanta questões sobre a cooperação entre as instituições, citando três líderes do Ministério Público Estadual sem fazer acusações diretas.

Essa falta de acusação direta e a ausência de pedidos de aprofundamento nas investigações criam um clima propício para a destruição de reputações, em vez de contribuir para esclarecer quem está contribuindo para resolver o caso. O controle externo das investigações cabe ao Ministério Público, mas a insinuação feita pela Polícia Federal sem acusações concretas não contribui para a solução do caso.

Enquanto o Ministério Público defendia a estratégia de ouvir os envolvidos antes de prendê-los, a Polícia Federal optou por seguir seu próprio caminho, lançando suspeitas sobre parte do Ministério Público. Essa dinâmica coloca em xeque a parceria técnica entre as duas instituições, gerando uma crise institucional que precisa ser abordada com urgência para evitar danos adicionais à investigação do Caso Marielle e Anderson.

A história de um canivete que está em em meu poder ….

Quando eu tinha 30 anos minha mãe (foto) decidiu me entregar um monte papéis velhos, algumas jóias e um canivete que pertecenceu ao falecido Déio Soares, mais conhecido como Ranchão, que era sobrinho de minha mãe. Sou filho da dona JANDIRA SOARES DE LIMA e neto de LEODINA SOARES, a mesma avó do Froilam, grande escritor neoateísta. Grande e eu o respeito muito, somos do mesmo ano.

Ranchão é homenageado no Livro do seu Bonotto, sobre Santiago, onde destaca-se um poema em homenagem à bravura de Alziro Fão e Ranchão. Sinceramente, não sei se em vida foram amigos.

Mas minha mãe me criou contando-me histórias de Ranchão e foi ela quem despertou-me o amor por ele. É claro, quando passei a escutar suas histórias ele já tinha sido morto e certamente nem seus restos mortais existiam.

Meu avô era um homem pacífico, foi admitido como recenseador pelo Governo Argentino e foi nessa leva que minha mãe morou na Argentina. Minha mãe, diferentemente dos meus tios, nunca mais quis visitar sua mãe. O motivo é bem singelo. Minha avó casou-se com outro homem no Alto Uruguai, constituiu família e tenho uma penca de primos e primas no Alto Uruguai, região de três Passos e hoje espalhados pelo Estado afora e até afora, pois tenho uma prima muito amada, que mora em Curitiba. São quase todos meus amigos de facebook e foi uma prima minha, que ficou cega, mas que tem uma narrativa perfeita, que contou-me as cartas de minha mãe para sua mãe, mas – altamente conservadora – nunca minha mãe manifestou interesse em conhecer seu padastro e nem de ver sua mãe; ela sempre chorava quando falava em sua mãe, mas morreu sem ceder e nunca quis revisitar sua mãe, as relações que mantinha, eram apenas por cartas. Cartas, que essa minha prima que ficou cega narrou-me com peculiar exatidão.

E dizer que eu fui fazer sociologia, sem saber que meu avô tinha sido recenseador na Argentina.

Da Argentina. ele veio para Três Passos e de Três Passos veio para Santiago, no Rincão dos Soares. Todos meus familiares por parte de avó formaram famílias e conviveram em TRES PASSOS.  Anos depois, lendo um livro sobre SANTIAGO, de autoria do pai de um colega advogado, ANTERO SIMÕES, descubro que as origens do Rincão dos Soares era bem maldita, eram todos matadores e saíram de São Paulo em busca de uma vida diferente, embora a maldição nunca os tenha abandonado, tanto que o Ranchão era Soares e primo do Delegado que o matou. Só que as minhas gerações sempre ficavam ao lado dos pobres. O prazer mórbido em matar está em nossas veias, E o de morrer, por extensão natural.

Conservador, meu avô preferiu criar seus 3 filhos sozinho e dedicou-se a eles todos com amor carinho. Minha mãe sempre me narrou a maravilha de pai que foi meu avô. Sobre o Déio Ranchão minha mãe só me puxou as histórias dele quando eu já era moço e ela decidiu me contar a realidade sobre ele, havia duas versões, a versão dos ricos e a versão dos pobres que eram defendidos por Ranchão. Normal para quem conhece a história de Santiago. Meu avô criou sozinho os seus 3 filhos, coisa rara para um homem de épocas passadas,  Jandira Soares de Lima, Romeu Soares de Lima e Garibalde Soares de Lima e ainda tendo que conviver com o tamanho do preconceito. Criou-os e educou-os. Sei pouco sobre ele, muito pouco. A narrativa oral quase não existe mais, exceto o Dr. Valdir Amaral Pinto, a quem admiro a estética da narrativa. O tio GARIBALDE teve doze filhos, o tio Romeu teve epenas um, que imagino seja oficial reformado do EB. Minha mãe, teve apenas um filho homem e duas mulheres. O tio GARIBALDE veio ao encontro do primeiro assentamento judeu de Santa Maria e morou anos na Fazenda Philippson.

Minha mãe sempre teve ideia de constituir uma família e seria diferente, especialmente seus filhos. Eu confesso que minha mãe, hoje, seria petista e meio comunista, pois em tempos passados morria de amores pelas histórias do Déio Ranchão e não escondia sua simpatia por nada que ele fazia.

Tudo o que eu sei é que Déio Ranchão ía no fundo de nossa casa pegar comida e minha mãe o fazia comida e chás de hortelã; pelo que minha mãe me contava ele era muito carinhoso com as crianças e minha irmã, que tinha 2 anos de idade, ele a amava muito … gostava de brincar com ele.

Déio, como todo o SAORES, era gentil e cortês e gostava de dar presentes, deve ser genético esse viés, pois eu gosto mais de dar presentes do que receber. Foi nessas, que Déio Ranchão presenteou minha mãe com um modesto canivete e ficou para quando ela tivesse um filho homem.

Pois foi guardado esse canivete numas latas que minha mãe quardava retratos, papéis e documentos. Faz sentido, não molhava e latas eram perfeitas para guardar bem os documento.

Diz minha mãe que Ranchão, ao presentear-lhe com seu canivete, pouco antes de ser assassinado, disse que era passar vinagre na lâmina, pois ainda tinha o sangue dos últimos que ele tinha degolado. Eu imagino que minha mãe guardou por quase 50 anos esse canivete … e até doá-lo a mim, muitos anos de passaram, décadas.

Eu sempre fui criado sendo ensinado a nunca matar um passarinho, nem um animal do campo … minha mãe era bem à greenpeace, também nunca fomos permitidos a criar passarinhos em gaiolas e a matar, outro ser humano, só se fosse muito necessário. Mas nunca disseram não mates ninguém, e nisso éramos bem diversos do cristianismo.

Agora que eu encontrai um restaudrador de facas e canivetes, mandei restaurar o canivete que percenceu ao falecido Ranchão. Ficou bonito e pronto para ser usado. Mas eu não como churrasco e apenas uso thalheres, no final nunca usei o canivete que pertenceu ao falecido Ranchão.

Na verdade, embora gaúcho, não gosto de churrascadas, nem suporto carnes escorrendo sangue. Carnes, o amigo Ruderson definiu porque ele e eu gostamos de carne bem passada, torrada, a explicação do Ruderson é pertinente: “éramos pobres”. Acho que o entendo.

Vou passar a páscoa pensando na minha filhinha e no estrago provocado pelo poder judiciário na relação pai e filha. É claro, eu sei imortalizar tudo, ao meu estilo. Aproveito que o ex-presidente do STF, Nelson Jobim, tem frequentado minhas páginas com interesse … lembro-me que a Cleonice Mottecy me contava que ele estava com seu pai, numa pescaria com o Jobim. E seu pai decidiu lançá-lo como deputado federal, eis que o deputado federal por Santa Maria foi lançado vice-governador na chapa do MDB.  Cresceu a partir daí, lembro-me dele na Constituinte, é um grande sujeito, embora não conheça o diabo que o tem levado às minhas páginas. Pelo facebook noto que temos dois amigos em comum, João Érico Lucas Coelho, notável professor e o economista PAULO NOGUEIRA BATISTA JÚNIOR, ex-diretor executivo do FMI, em Whashington DC.

Esta postagem foi para gravar um assunto da minha vida e o canivete que o Déio Ranchão usava para degolar os bandidos. Restaurado, está em meu poder, e não existe proibição legal de ter um canivete em casa.

Desejo a todos muito boa sorte e boa Páscoa a todas as famílias.

Meu whatsapp para quem quiser dialogar comigo é 51 9617 9962.