Sou existencialista … poderia ser diferente?

Eu sou um existencialista, meu blog reflete meu existencialismo. Talvez muitas pessoas não compreendam bem o existencialismo, certamente não leram Sartre e os botecos de Paris, as prostitutas, os amores, as traições.

O existencialista fala de si, sem medo, dos seus medos, angústias, incertezas, alegrias, amores, dores, desconfortos … O existencialista é sempre na primeira pessoa.

Quando eu falo na Nina, quando eu conto de suas dores, de minhas dores, quando eu falo em amores,  solidão, medo, depressão, enfim, quando coloco no blog essa interação digital com as pessoas, nada mais estou fazendo que dar vazão ao existencialismo que habita em minha alma. É claro, existem pessoa no nosso meio, profundamente existencialistas, mas que, sequer, sabem ou tem consciência do existencialismo.
existencialismo

z/
  1. substantivo masculino
    fil conjunto de teorias formuladas no sXX, com forte influência do pensamento de Kierkegaard, que se caracterizam pela inclusão da realidade concreta do indivíduo (sua mundanidade, angústia, morte etc.) no centro da especulação filosófica, em polêmica com doutrinas racionalistas que dissolvem a subjetividade individual em sistemas conceituais abstratos e universalistas.
Origem
⊙ ETIM al. Existentialismus, pelo fr. existentialisme ‘id.’ ou ing. existentialism ‘id.’
Meu blog reflete minhas convicções ideológicas, minha formação, e, é claro, escrevo sobre Direito, sobre Sociologia e Filosofia Política, mas também não me restrinjo a isso apenas. Também escrevo e  muito sobre o Existencialismo. E e aí que falo de minhas paixões, amores, acertos, desencontros, vinhos…Não sem razão, dia 22 de março desse ano completarei 20 anos de blog.
Meu público é não somente de Santiago. Longe disso. Tenho mais leitores diários nos Estados Unidos que no Brasil. Tenho mais leitores na Alemanha que em Porto Alegre. Estranho, mas é assim mesmo.
É claro que as pessoas que me leem na Alemanha, na China, na Índia, Rússia, Ucrania, Polônia …
É claro, sempre trago debates curiosas, porque eu não me manteria na internet por tantos anos se não tivesse público. E tenho. E mais: eu e qualquer blogueiro sabemos que assuntos rendem mais acessos e que assuntos o público mais adora.
Eu sei que políticos me leem, secretários, deputados, sei bem dos meus acessos entre juízes, promotores, dentro do TJ, prefeitos, assessorias, mas eu não direciono meu blog nunca somente para esses. O forte do meu blog é o existencialismo. Sou eu e minha filha.
Nossa casa são todas as casas, nossos limites são os céus e é tudo como uma declaração de minha filha para mim: “pai, eu te amo até o infinito, além do infinito”. Nossas almas são livres, aprisionam nossos corpos, mas não nossa liberdade e nem o nosso direito de sonhar e voar.
 Esse sorriso é eterno e nenhum juiz vai matá-lo. Aí está a essência do amor, a pureza das almas, a plasticidade mais harmônica que habita na perfeição de uma relação pai e filha.
Como não amar nossos amigos que ontem a tarde nos receberam com sorrisos nos lábios, que nos trataram como parte de suas famílias, como se fôssemos irmãos?
Eu louvo a vida todos os dias. Reflito e escrevo. Não escrevo só sobre política, em mim há amor e tento passar isso para a minha filha nas poucas horas que tenho direito de ficar com ela. Escrevo sobre amor. Divido com meus leitores a importância do amor, de nossas vidas, encontro e desencontros, dores e alegrias.
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Maneiras trágicas de matar uma mulher

O festejado livro de Nicole Lourax, Maneiras Trágicas de Matar uma Mulher, Imaginário da Grécia Antiga, agora está disponível na internet, pela PASSEI DIRETO, totalmente grátis.

É uma oportunidade rara para ler esse clássico:

 https://www.passeidireto.com/arquivo/5400902/livro-de-humanas—loraux-nicole—maneiras-tragicas-de-matar-uma-mulher/4

Sumário e Trechos

Sumário



  7    Prólogo 

15    Distribuição 

21    Maneiras trágicas de matar uma mulher



27    A Corda e o Gládio

Um suicídio de mulher

por uma morte de homem 27

Uma morte desprovida de andreia 29

A incisão no corpo viril 33

Enforcamento ou sphagé 36

A esposa que se lança 42

O silêncio e o segredo 48

No thálamos: morte e casamento 51

Morrer com 53

A glória das mulheres 56



63    O sangue puro das virgens

Sacrifícios  em  que  é  bom  pensar  64 

Novilha, poldra: domadas 68 

Da  execução  como  casamento  72 

Liberdades virginais 80 

A glória das moças 88







91    Lugares do corpo

0  ponto  fraco  das  mulheres  92 

Enumeração do corpo viril 97 

A alternativa de Polixena 101



116    Notas

139    Sobre a autora







Prólogo



“Mortes representadas em cena, grandes dores, 

ferimentos”: acontecimentos da tragédia, espe-

táculos para os olhos. Considerando os exem-

plos  dados  por  Aristóteles  para  ilustrar  sua 

definição do pathos trágico como “ação causa-

dora de destruição ou dor”  1 quem poderia 

duvidar um instante sequer de que, no teatro 

ateniense,  a morte  não tenha sido realmente 

exposta à visão do espectador? Thanatói en tói  

phanerói:  agonias em público, assassínios di-

ante dos olhos de todos... Lendo mais uma vez 

com perplexidade a frase de Aristóteles, tomo 

a decisão de advertir o leitor de que, nas pági-

nas  seguintes,  o  ouvinte  da  tragédia  levará 

vantagem sobre o espectador: tudo passa pelas 

palavras,  porque tudo se passa nas palavras, 

principalmente a morte. Investigando as mo-

dalidades trágicas da morte das mulheres, nada 

encontrei que seja visto ou que seja primeiro



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visto. Tudo começou por ser dito, por ser ou-

vido,  por ser imaginado – visão nascida das 

palavras e presa a elas. Assim, ao empenhar-me 

em um longo exercício de leitura, tentei captar, 

pura e simplesmente, aquilo que dava de ime-

diato ao público antigo o gozo intenso do pra-

zer de ouvir.



Palavras lidas para substituir ou mesmo 

para reencontrar as palavras ouvidas, aquelas 

que a representação trágica oferecia  à  escuta 

ativa do público ateniense. Palavras de duplo ou 

múltiplo sentido. Em síntese, texto, nada mais 

que texto. Pode ser que contar “muito mais com 

a imaginação que com a vista,  mais  com o 

ouvido que com o olho”  2 seja uma escolha 

minha, mas que importa? Na Atenas do século 

V  a.C, essa foi a escolha do gênero trágico. 

Não tentarei prová-lo. Precisaria para tanto de 

mais que um prólogo, e somente por prazer, ou 

de memória, evocarei algumas das razões que 

levam a colocar a tragédia sob o signo da es-

cuta.



Há, inicialmente, as razões do historiador. 

Seria necessário evocar o apego decididamente 

etimológico  dos gregos  à  sua língua e o amor 

que eles demonstram por suas palavras (que 

eles chamam de “nomes”). Conviria lembrar 

até que ponto, no século V ateniense, as regras 

da escuta dominam esses discursos cívicos que



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denominamos  um pouco impropriamente gê-

neros literários. Ouso mesmo formular a hipó-

tese de que, no teatro de Atenas, a escuta era, 

para o público da representação trágica, como 

que  uma leitura  muito  refinada,  à  altura  da 

“profundidade” do texto3. Se o espectador anti-

go, tal como gostamos de imaginá-lo depois de 

1er Jean-Pierre Vernant, tiver sido esse espec-

tador de ouvido apurado para quem a “lingua-

gem do texto pode ser transparente em todos os 

níveis,  em  sua  polivalencia  e  em  suas 

ambigüidades”4, então temos de atribuir a esse 

ouvinte onipotente uma atenção da qual o mí-

nimo que se pode dizer é que ela quase não 

tinha flutuações, uma memória por nós total-

mente esquecida e a capacidade espantosa de 

realizar o longo trabalho sobre o significante 

durante o curto tempo da representação teatral. 

Ficção, talvez, mas ficção necessária. Podemos 

então formular a hipótese de que, arrebatado 

pela profundidade polissêmica do texto, o leitor 

se empenha na interminável busca das palavras 

em eco.



O historiador já se afastou na ponta dos 

pés. Resta o texto e, diante do texto, seus usu-

ários muito contemporâneos. Na primeira linha 

destes estão o diretor e os atores. Não espere-

mos, entretanto, que eles tornem a dar um cor-

po à idéia de espetáculo5. Por pouco que seja



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interrogado, o diretor confessará a dificuldade 

que enfrenta para convencer os atores a dizerem 

– a somente dizerem e sobretudo a não repre-

sentarem – as grandes unidades textuais com-

ponentes de uma tragédia: o coro do Agamêm-

non sobre o sacrifício de Ifigênia, a narração da 

morte de Dejanira nas Traquínias ou a imola-

ção de Polixena na Hécuba6.



Resta ao leitor, então, aceitar até o fim a 

aposta no texto. Leitora de tragédias, não tive 

aliás escolha. Fui constrangida a isso desde que, 

procurando traçar as vias trágicas da morte das 

mulheres, tive de admitir que essas vias eram 

textuais.  Nada  encontrei  além  da  narração. 

Como se só se pudesse confiar a morte das 

mulheres às palavras, como se apenas as pala-

vras soubessem levá-la a termo. Para isso há 

seguramente razões históricas, razões de civi-

lização: uma mulher grega vivia sua existência 

de moça, de esposa e de mãe no lugar mais 

recôndito da casa; ela também devia partir desta 

vida de sua casa bem fechada, ao abrigo dos 

olhos, longe de todo o público. Mas, seja como 

for, a decência, ainda que sociológica, nunca 

bastou para explicar tudo.



Não é difícil admitir que os sacrifícios das 

virgens – este puro desvio – só possam rea-

lizar-se no terreno da narração; a tragédia co-

loca as moças em cena apenas para dela tirá-las



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e para entregá-las, longe dos olhos, ao cútelo do 

degolador: execução escandalosa, ficção satis-

fatória narrada passo a passo pelos mensageiros 

em linguagem técnica cujas palavras carregam 

o impensável com todo o peso do real. Faz bem 

matar as moças em pensamento, em narração. 

Mas há também o suicídio das esposas, que 

vem complicar tudo, porque é revelado também 

pela narração, e não pela visão. Estarão essas 

desesperadas realmente cometendo uma espé-

cie de transgressão, para terem de voltar a ocu-

par  precipitadamente  seu  lugar  –  sombrio, 

oculto, fantasmático – para então encontrarem a 

morte cuja narração ao público dependerá de 

uma ama ou de um servidor? É nessa reticência 

em mostrar a morte que a invenção trágica da 

feminilidade encontra, sem dúvida alguma, seu 

limite, com essa maneira que as esposas perdi-

das têm de voltar ao seu lugar para rematar uma 

ortodoxia. Mas isso não é tudo: recorrer à or-

dem da linguagem7 para matar Fedra ou Deja-

nira talvez seja uma das dimensões
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A escravidão espiritual e a batalha por luzes no império das trevas

Dentre os sebos que frequento e compro alguns livros, em Porto Alegre, tenho um, em especial, onde encontro muita literatura rara. O proprietário é judeu, temos uma certa amizade, trocamos algumas idéias sobre Cabala, sociedade secretas, seitas, iluminattis, maçons…
Quando eu presidi a comissão estadual de ética do Partido Socialista Brasileiro, em 1988, conheci o médico psiquiatra judeu Leonardo Grabois. Por alguma razão, ele tornou-se meu amigo, parceiro de viagens e confidente. Grabois era sobrinho do líder Maurício Grabois, da Guerrilha do Araguaia e quando inciamos nossa amizade, fazia pouco tempo que ele tinha voltado de Israel.
Grabois gostava de perambular pelo Vale dos Sinos, Paranhana e região metropolitana. Ademais, gostava de sentar nos bares operários de Campo Bom, Sapiranga e analisar os hábitos e costumes, desde a música à comida.
Foi Grabois quem levou-me nesse sebo pela primeira vez e mentiu para o nosso amigo proprietário que eu era iniciado; nessa ocasião, comprou dois livros de Papus, tratado de ciência oculta elementar, volumes I e II e presenteou-me, apesar de minha resistência em estudar tais literaturas.
Na ocasião, descobri que os livros de Papus integravam uma coleção da revista planeta. Apenas guardei-os  pelo carinho do amigo. Passados uns anos, num outro sebo, na João Pessoa, em Porto Alegre, por acaso, encontro um outro exemplar da mesma coleção, Paracelso, “A chave da Alquimia”. Comprei o livro e guardei.
Com o passar dos anos, mais velho, mais maduro, lendo Paracelso e Papus, senti um relativo desejo de comprar toda a coleção, pois nela havia algum significado fora da simples concepção de compra e venda de livros.
Em março de 2010, no velho sebo onde se respira judaísmo, deixei meu cartão e a pedi ao amigo proprietário se algum dia ele tivesse tal coleção, que me ligasse, que a compraria.
Quase quatro anos depois, em janeiro desse ano, ele ligou-me. Contou-me que estava com muitos livros de uma biblioteca particular de um velho iniciado, porém, de origem russa, não era judeu. Foi desse falecido que caiu em suas mãos os 20 volumes da coleção planeta. Ofereceu-me tudo. Achei caro o valor pedido, mas pensei na Nina e decidi fazer o depósito; o fiz nos últimos dias de fevereiro.
Sexta-feira recebi o pacote. Os livros são bem conservados. Mas – finalmente – reuni KRISHNAMURTI, PARACELSO, ALLAN KARDEC, NOSTRADAMUS, BLAVATSKY, ROSO DE LUNA, BORREL, PAPUS, FIGANÍERE, MOLINERO, GUAITA, KOSMINSKY, LEPRINCE/FOUGUÉ, NICOLAS FLAMEL, SHIMON HALEVI, AUROBINDO e IDRIES SHAH.
Aproveitei a noite de sábado para ler o até então desconhecido Idries Shah, na verdade, autor de 2 volumes, o primeiro deles intitulado “Magia Oriental” e o segundo “Ritos Mágicos e Ocultos”. Confesso que são teses intrigantes.
Durante muitos anos dediquei-me apenas a ler clássicos; vivi muito sociologia, filosofia e psicanálise (embora a anti-psiquatria tenha me seduzido ao extremo). Assim, nunca fui além de Freud. Entretanto, voltei muitos anos no tempo. Num grupo de estudos freudianos que tínhamos me São Leopoldo, nos idos de 86/87/88…debochávamos de Jung, justamente pela crítica que o apresentava como místico, ligado às ciências ocultas…Curiosa minha volta, alguns diriam: curioso corte epistemológico, mas a verdade é que iniciei uma transição de Freud para Jung, um fato que jamais teria admitido anos atrás. Imaginem eu com uma biblioteca de ocultismo em casa? Mas é, aconteceu, são tantas coisas mágicas acontecendo em minha vida, minha filhinha e tantas questões sem respostas, que estou abrindo-me a novas literaturas, a novos entendimentos, a novas buscas.
Como o ser humano é complexo. Transitei do cristianismo para o marxismo, desse para a psicanálise e identifico-me, agora, numa outra transição, de volta a Cabala judaica e lendo ciências ocultas. Talvez eu nunca tenho abandonado a Cabala, não sei exatamente, apenas notei que com o nascimento da Nina voltei a refletir sobre suas bases teóricas e pressupostos metodológicos, pela base, transmissão de valores e plano ético diante da vida. Até entre os bandidos é preciso ética, não sem razão a máfia faz escola com seu ethos. Aqui em Santiago os bandidos são tão medíocres que não conseguem nem ter uma ética de mínima, que é a ética de cumprirem os acordos e manterem a palavra empenhada. Fora disso, são esgotos correndo a céu aberto com a exposição pública da charneca, por onde correm fezes, urinas, cuspes e catarros, sangue e até fetos.
Durante muitos anos acreditei que o Arqueômetro de Saint-Yves d’Alveydre contivesse mesmo todas as chaves das nossas religiões. Cheguei inclusive a aceitar um apêndice de apoio literário de Yves-Fred Boisset, que foi a agradável leitura do seu livro “Saint-Yves d`Alveydre: A Sinarquia, o Arqueômetro – As chaves do Oriente”. Contudo, na minha cabeça, no meu cérebro, esse livro de Boisset provocou um efeito contrário, pois muitas coisas foram desconstruídas. E depois…não consegui juntar os cacos, os fragmentos dispersos de informações que se apresentavam concatenadas, de alguma forma, em harmonia na minha mente.
Essa desconstrução foi horrível por um lado, mas de outro foi muito libertador. Durante anos parei de tentar entender tais sistemas por dentro e prendi-me mais na análise discursiva aparente. Agora, de alguma forma, estou voltando, ou dando voltas em torno de teorias, porém sempre sozinho, sem pessoas para encetar reflexões. Num terrível acaso, descobri que Steiner era discípulo de Goethe e suas teorias evolucionistas e foi quando rasguei tudo que sabia sobre antropologia num terrível nó existencial. No curso de ciências sociais, eu estudei muito, aprendi muito e pude dissecar bem o pensamento dos padres jesuítas sobre antropologia. Mas foi no marxismo que encontrei respostas bem mais sedimentadas. Apenas fiz uma junção de ambas as visões. Meu primeiro professor de Antropologia, cujo livro mantenho em minha biblioteca, era um padre que renunciou à batina, casou e morreu enfiado embaixo de um caminhão junto com suas filhinhas.
Por tudo, tenho me cuidado muito, estou perto de chegar a algumas conclusões sobre o ocultismo como uma transição de mundo superiores, mas vou indo, talvez eu morra antes, não sei. Quando a Nina fica longe de mim, sobra-me muito tempo, abandono o Direito e finco-me nessas leituras que levam-me a análises complexas. Agora, estou feliz com os livros que recebi nessa semana. Apenas escrevo em busca de compreensão e quiça de algum iniciado sincero disposto a tais reflexões. E que não seja desse grupo macabro local que não me suporta e que passa tentando me matar. Só eu sei como recebo suas energias. Eles passam tentando, mas não será fácil. Mal entendem que o ódio deles contra mim e a Eliziane acaba se voltando contra eles próprios. Acabam sofrendo sem entender a razão da escravidão espiritual de que são vítimas.

Eu conheço suas armas e seus dardos de Pirro.

Há muitos anos li e compreendi Maquiavel e Sun Tzu.
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