Existe uma troca de sobrenomes que passa batido por muita gente. Explico. Em Florida, onde meus pais viveram toda a vida, era comum os donos de Cartórios mudarem os sobrenomes dos filhos. Meu pai era Rebelo e no Cartório explicaram que ele devia ser aportuguesado e trocam o Rebelo por Ribeiro.
Na verdade, não existe a família Ribeiro em Florida, mas os Rebelos e Rabelos perderam os sobrenomes. Isso é problema grave para quem tenta reconstruir as genealogias familiares. Eu creio que todos os Rebelos são meus parentes paternos.
Na mesma forma, foi o aportuguesamento dos Prates para Prado, ou Pratis, coisa comum em Florida, então sede do terceiro distrito de Santiago.
E o que é mais grave é que não existem estudos sérios sobre os sobrenomes aportuguesados pelos cartórios no interior do nosso Estado.
Na verdade, eu tinha entre 7 ou 8 anos de idade quando conheci o professor Juarez Bierman e ele, desde que me viu me chamou de alemão. E a ideia do meu apelido infantil pegou até hoje.
Eu fico imaginando quantas pessoas têm suas histórias pessoais alteradas pelos cartórios e isso é uma lacuna ainda em aberto.