Assisti a toda a entrevista do ex-deputado Bianchini no Santiago em Rede.
Quem diz que ele é oposição agora quebrará a cabeça; por duas vezes Bianchini declarou “não sou contra, não sou oposição”.
Isso é preocupante. Se não é contra e nem oposição, há que se questionar: quer mudar o que então?
Ademais, tirando o belíssimo relato de sua vida, de sua origem social, do seu labor adolescente, que foi o ponto alto do programa, cansou a todos com suas tradicionais lamúrias. Sempre atacando os coronéis do PP, fala em caciques, não dá nomes e cai numa terrível contradição, pois de um lado diz que Ruivo o queria no Partido e de outro diz que era mal recebido (suponho que seja no gabinete executivo).
Quem conhece a história sabe que tudo foi contado diferente. A briga dele era na câmara, e com o vereador Pelé. Sempre teve tudo com o Chicão e sempre teve tudo com o Ruivo. Ambos eram bons para ele. O problema dessa crítica aos caciques é que ela cai na esterilidade, afora se declarar – em todos os momentos – como perseguido e injustiçado.
Imaginei que o Bianchini viesse mais propositivo. Ficou claro que não têm propostas, não diz coisa com coisa, é genérico demais. Acrítico com relação a URI, foi uma moça com o Tiago … a crítica ficou na generalidade, parecia o bispo Macedo lutando com os demônios. É uma crítica genérica, ampla, lembra Collor de Mello atacando as elites.
Ademais, a entrevista foi presa a saudosismos. Fiz isso, fiz isso, fiz aquilo … é só auto-elogios. Rememorizando aspectos do parlamento municipal e estadual, foram só elogios de si mesmo a si próprio. Um desastre.
Bianchini só é bom na auto-biografia.
E sua vida é mesmo exemplar e digna de elogios. Foi por estas virtudes que eu cai três vezes votando nele.
A sensação que temos é que realmente Bianchini continua sendo PP dentro de outra sigla. Duvido alguém da oposição que não tenha ficado irritado com sua docilidade e versão paz e amor.
Escamoteou as emendas do Marcelo e esqueceu-se de falar o principal: que elas são impositivas. É claro, defendeu o Marcelo, o quer do seu lado. Está certo. Marcelo sonha em emplacar sua esposa de vice e Bianchini negocia a vice com Claitinho, do PSDB.
É altamente messiânico e acha que toda a oposição de Santiago deve segui-lo.
As queixas de perseguições, é perseguido em tudo, soam alta contradição com a bondade do povo de Santiago que sempre o acolheu com generosas votações, a ponto de elegê-lo deputado estadual.
Deveria ser propositivo, apresentar ideias, parar de se queixar, de bancar a vítima, o perseguido.
A sensação que eu tenho é que essa live foi um divisor de águas. Bianchini é só paz e amor. É certo que muita gente gosta, o PP deve estar em euforia, o caciques invisíveis devem estar numa festa ficta virtual. Afora não ter propostas, declarou que não é contra e que não é oposição.
Bom … o link está ali em cima …. assistam e tiram suas conclusões.
Queria descobrir onde está sendo a festa do PP.