Onde Jesus nasceu, afinal? Jesus de Belém ou Jesus de Nazaré?

FONTE – UOL

A tradição cristã indica que Jesus, embora conhecido por Jesus de Nazaré, teria nascido em Belém. No entanto, de acordo com os especialistas consultados pelo UOL, o mais provável é que Jesus teria nascido em Nazaré mesmo. “No Evangelho de Marcos, não há menção a Belém; Jesus é sempre citado de Nazaré”.

”E tudo indica que os textos que falam em Belém são construções teológicas para reforçar a ligação de Jesus com Davi. Jesus deve ter nascido em Nazaré mesmo”, opina Carneiro, consultado pelo UOL.


Nazaré é a maior cidade árabe de Israel, é fácil concluir que Jesus era Palestino. 

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A estrutura do vampirismo

Ao assistirmos os noticiários, ao lermos jornais e revistas, a sensação que temos é que estourou uma onda mundial de estupros, pedofilia, violência sexual ilimitada…Entretanto, creio que – desse assunto – devemos fazer outras leituras. Primeiro, não acredito na onda, na bolha. O que acontece de diferente é apenas a maior publicidade; na medida em que um caso vaza, este entusiasma o outro a vazar. O que antes era reprimido, com a divulgação, agora está vindo à tona. Existe – sim – de concreto, afora a divulgação e o destaque midiático, uma ruptura com a barreira da vergonha. Assim, o encorajamento à denúncia, é reforçado pela explosão dos sucessivos relatos que eclodem. A cadeia e a teia de divulgação que se geram é apenas conseqüência de uma após a outra.

A conclusão malfada a que a sociedade poderia chegar, se quisesse ser realista em suas leituras acerca desses fatos sociais, é que tais práticas –
historicamente – existiram e nada é recente, nada é atual. Atualmente, de concreto, existe o incentivo de algumas pessoas que se debatem contra tais comportamentos e a recepção da mídia que divulga tudo. Quer dizer, quase tudo.

Então, a reflexão precisa ser outra. O ser humano ao mergulhar no submundo da concupiscência carnal, ao dar vazão aos seus instintos mais bárbaros e cruéis, como violentar e assassinar uma criança, estuprar e currar meninas e meninos em tenra idade, abdica de sua condição humana e incorpora a condição de monstro? Seus impulsos e a força bárbara dessa crueldade advém de onde? Os sucessivos casos de incestos são produtos de mentes doentias? Onde está o limite que separa a normalidade da anormalidade?

Eu sou pessimista nisso tudo. Acho que o pacifismo da alma – aquele que implica em alto controle dos instintos e domínio cru das situações, é a exceção, em se tratando da nossa espécie. A regra, é que somos irracionais, nossos limites entre a razão e a loucura são tênues, normalidade e anormalidade ficam no mesmo caminho e a dominação dos instintos geralmente não obedece aos controles racionais. Id, ego e supergo, questões de mecanismos de controle, domínio ou não dos impulso, são apenas teorização esquemáticas do plano teórico freudiano, que servem – quando muito – para explicar a emergência das pulsões e o nossos descontroles.

Se focarmos nossa análise lá no Holoceno, quiçá no Pleistoceno, e adentramos na História, encontrando o Homem ultra-refinado da era pós-moderna, veremos que em nada mudaram os impulsos e os desejos. Pode-se até dizer que a ação das entidades que ditam regras éticas e morais, principalmente o peso das religiões, teve papel importante no controle dessa onda. Ninguém duvida, aliás, que são essas instâncias morais, as mais eficazes da domesticação da violência e no refinamento dos instintos.

Entretanto, existe um erro cruel nisso tudo, que é querer que o ser humano assuma um papel metafísico, abstrato, renunciando aos seus próprios instintos, como se apenas a força subjetiva de uma instância moral pudesse anular a pressão das pulsões que emergem nas almas. E pulsões, leia-se, engloba tudo em termos de emergência da violência que todos temos dentro de nós. Seja essa violência ativa ou reativa, sexual ou não.

As instâncias morais da atualidade estão em profunda crise, especialmente pelo descrédito do cinismo gerado pelas instituições religiosas, dos mais diferentes comportamentos de padres pedófilos, ao bispo Lugo e sua atração por meninas camponesas indefesas e miseráveis, passando pelo recente escândalo que emergiu nas escolas católicas irlandesas, onde o pavor das depravações, abusos sexuais, violências, nos remetem às cenas do clássico SALÓ, 120 DIAS DE SODOMA.

Aliás, a leitura bem depurada desse filme, arremete-nos a uma outra grande questão da emergência carnal. É a atração mórdida pelo novo, pela pureza da carne, pelo sangue virgem, pela inocência. O filme mostra que os personagens clérigos, políticos fascistas e senhores do poder, dispostos a levar avante sua busca no prazer e afrontar os limites do desejo, evoluíam nas sessões de estupros, de moças a garotinhas, dessas, a crianças, de recém nascidos ao cruel estupro de um feto arrancado da barriga da mãe. Apesar da estilização cinematográfica, o exemplo sintetiza bem que a busca pelo prazer pode não ter limites, derivando facilmente para o crime.

Tenho sustentado que a emergência dessa onda que gera pavor e assusta, é apenas produto da mídia, posto que se os fatos não fossem explorados, não se tornariam do conhecimento do grande público. Se – daqui uns anos – os defensores dos animais partirem para campanhas mais sofisticadas de combate a violência sexual contra os animais, a sociedade reagiria escandalizada ao descobrir que a zoofilia é parte dos costumes sexuais do nosso quotidiano. Todos sabem que homens e mulheres transam com animais, só que todos consentimos, convivemos com isso como uma espécie de lado obscuro aceitável do gênero humano.

Sou céptico, sou descrente e sou pessimista…sou realista. O homem é filho do homem, tudo em nós, amores, paixões, violências, crimes, tudo são apêndices de nossas almas. Em cada situação, em cada contexto atípico e singularizado, acontece a emergência de uma explosão diferente, seja ela de violência física, sexual, ou seja a manifestação que for. Os estupros coletivos, quando envolvem guerras, são bem conhecidos, tão remotos e tão recentes. Apenas existe um canal institucional que os Estados conferem aos criminosos para esconderem seus atos mais bárbaros embaixo do manto da identidade nacional. Da Bósnia a Alemanha, da Coréia ao Vietnã, dos estupros de índias e negras escravas em nosso solo, tudo são práticas derivadas dos instintos e legitimadas pela dominação.

Quanto aos desejos violentos de pais contra filhas, de homens e mulheres contra crianças, quanto ao desejo de atração por carne nova, quanto aos impulsos de atrações homoeróticas, zoofílicas, pigmalionistas, necrófilos, … tudo, tudo, tudo, acreditem, integram o rol das pulsões humanas e convivem bem ao nosso lado, dentro de nossos lares, no meio de nossa sociedade. Por quê? Simples, primeiro porque os segredos das mentes são indevassáveis e, segundo, porque as pulsões emergem justamente porque elas habitam nossas almas e integram nossos espíritos. É claro, editem o contraditório, sugiram teorias psicanalíticas, teoria isso, teoria aquilo. Mas nenhuma teoria conseguirá aplacar a emergência do que é parte da alma humana: a violência.

É possível reprimi-la, sim, é possível. Tanto que reconheço a força e o peso das instâncias morais e o respaldo em valores éticos. Mas é só. O resto é tudo humano, demasiadamente humano. Se compreendermos isso, ta feito um grande avanço em termos sociais. Do contrário, o cinismo grassará e continuará fazendo escola. A grande questão que se coloca é a domesticação dos instintos e a busca de uma civilização mais pacifista. E essa não será encontrada numa sociedade centrada no marketing e na publicidade, onde o apelo ao nudismo, ao sexo, estão no epicentro de tudo. A mulher, não é apresentada por suas virtudes possíveis, como o amor; mulher vale pelas ancas, pelas bundas, pelos seios, pela banalização da mulher melancia, mulher isso e mulher aquilo. Os canais de televisão, concessão pública, fazem shows com prostitutas contando com quantos homens transaram, se o fulano gosta de sexo oral, se o beltrano pega por trás, se o cicrano é mais pegador. Ora, o que é isso? Se já convivemos com esse problema cruel de emergência dos instintos, a falência das instâncias morais e ainda temos um incentivo institucional na TV, na propaganda e no marketing. Depois, não adianta falar em monstros, os monstros somos todos nós, seja por ação, seja por omissão, como omissos somos todos frente a banalização da violência e do papel da mulher, por exemplo.

O culto ao puro, o sangue das virgens, a ingenuidade infantil, tudo continuará habitando nossos lares, nossas casas e nossa sociedade. O vampirismo é algo muito mais sério e complexo do que as estilizações pitorescas dos dentes do conde. Urgem reflexões.

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STF recebe propostas de uso de inteligência artificial para agilizar serviços

STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta segunda-feira (18) os protótipos de soluções de inteligência artificial que permitem o resumo de processos judiciais, preservando suas informações principais. As propostas são fruto do chamamento público, lançado no mês passado. Conforme o edital, o desenvolvimento e a demonstração dos protótipos não vão acarretar qualquer custo ao Tribunal.

Ao todo, 24 empresas, universidades e startups apresentaram propostas a partir do chamamento público. Presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso visitou os stands das empresas e instituições participantes.

Segundo o presidente, o próximo passo será a elaboração de um relatório técnico das diferentes propostas, com possibilidades sobre o modelo de eventual contratação pelo STF.

Ao falar na abertura do evento, que ocorreu no Museu do STF, o presidente da Corte explicou que o objetivo do chamamento público é reunir iniciativas que melhorem os serviços prestados pela instituição à sociedade brasileira.

“Aqui estamos diante de um desafio, que é o difícil casamento entre o Direito e a Tecnologia da Informação. Tenho esperança de que a sinergia entre a justiça e a tecnologia nos ajudará a prestar melhores serviços para a população, com maior velocidade e melhora da qualidade do que entregamos”.

Barroso destacou que o uso da inteligência artificial no STF pode trazer resultados práticos, como a elaboração do resumo de um processo logo após ser protocolado na Corte, sempre sob a supervisão de um juiz. “É uma simplificação imensa você ter uma primeira visualização do processo sem ter que ler vinte volumes. Esse é um primeiro passo para a utilização bem racional da inteligência artificial pelo Supremo”.

Desenvolvimento de ações pelo STF

A secretária de Tecnologia da Informação do STF, Natacha Oliveira, destacou que o relatório técnico que será produzido a partir da apresentação dos protótipos servirá de insumo para o desenvolvimento das soluções que estão sendo elaboradas no Supremo Tribunal Federal e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Entender o que é efetivamente possível de ser desenvolvido com a tecnologia atual é muito importante para que possamos conduzir os nossos projetos da melhor forma.Estamos falando, especialmente, do uso da inteligência artificial generativa, que é a grande mudança do mundo tecnológico recente”, afirmou Natacha.

Decisão humana

Para o conselheiro do CNJ Bandeira de Mello, o que se vislumbra é a possibilidade de utilizar o olhar da máquina para sintetizar informações que levariam horas de trabalho.

“Ao oferecer informações preliminares, permitiremos ao juiz tomar decisões mais rápidas, o que resultará em ganho de eficácia e eficiência. Contudo, é importante frisar que a decisão sempre continuará a ser do magistrado, ninguém aqui quer um juiz robô”, ressaltou.

Os protótipos deverão gerar resumos para as classes processuais Recurso Extraordinário (RE) e Agravo em Recurso Extraordinário (ARE). O STF forneceu aos participantes um conjunto de dados composto por peças processuais – todas públicas – necessárias para a elaboração dos projetos, em formato PDF.

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