A maior dor de minha vida e a dura morte em vida

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Ontem, foi o dia mais trágico de minha vida, mais doído, mais machucado e que me feriu internamente o último âmago de minha alma. Emprego o conceito âmago como linguagem figurada, revelando a parte mais íntima, como essência de alma humana.

A rigor, poderia nem escrever nada, mas optei por escrever, nesse meu diário digital, porque estou muito mal, machucado, arrasado, liquidado enquanto ser humano e – certamente – sei o que vem para frente em minha vida.

Ao longo da minha vida, seja o que for que pensarem de mim, de mal ou de bom, uma coisa eu sempre privei, foi por minha conduta na face da terra, em absoluta harmonia com os princípios divinos, sem exceções, para justiticar minha relação harmoniosa com o Eterno.

Por isso, nunca roubei, nunca maltratei os animais, nunca matei um passarinho sequer e não sou de me arrepender de nada que faço, justamente pela consciência que tenho, mesmo que desagrade a muitos, mas o que faço é eivado da emergência de uma consciência muito profunda.

Ao longo de minha vida, sempre vivi em harmonia com o fruto do meu trabalho e nunca dei um golpe, por menor que fosse, num outro ser humano.

Tive inúmeras chances, mas bota inúmeras, de ganhar dinheiro de forma ilícita, especialmente quando transitei, por décadas, no meio milionário das secretárias de fazenda, e, depois na própria receita federal, na corregedoria. Não adianta eu me vangloriar, longe disso, mas o auditor-fiscal Moacir Leão me convidou para assessorá-lo por um simples motivo, ele me conhecia e sabia como era minha vida, por isso sempre fez questão de andar perto de mim, até sua morte. Moacir deixou-me fartos materiais guardados comigo, afinal ele, corregedor-geral da receita federal, tinha informações preciosas.

A gente muda, sim, a gente muda de posições, basta ir conhecendo as pessoas, os homens e mulheres. os partidos políticos e as corporações públicas e privadas. Estive na Constituinte de 1988, trabalhando pari passu ao lado de um contigente gaúcho expressivo. Depois, atuei na Constituinte estadual e foi onde vi o tamanho do escârnio e a facilidade com que corria dinheiro.

Mas preferi me manter limpo perante Deus e com o propósito de nunca embolsar um  real em minha vida, que não fosse justo.

Lembro-me um dia. Eu era casado e um senhor limpou nosso pátio e cortou a grama. Na hora de pagá-lo, sem troco, a Eliziane ficou devendo dez reais para o seu Otácilio, que morava na Vila Rica. Ao chegar em casa, ela me falou que havia ficado devendo para o velhinho. Sem titubiar, peguei o carro e fui até a casa do seu Otácilio, para pagar-lhe os dez reais que ficamos devendo-lhe.

Outra vez, o advogado CARLOS BATISTA GARCIA, irmão do médico Elizeu e do veterinário Sérgio, insistiu 3 longas vezes para me passar umas terras suas, no CAROVI. Eu sempre rejeitei aquela doação porque achei tudo injusto e jamais aceitaria terras de outra pessoa. Terras não mudam minha vida, minha essência está formada. Na última vez que ele esteve em nossa casa, trouxe-me um pedaço de queijo e veio com uma nova proposta, então que eu aceitasse botar suas terras em nome do Jornal A Hora. Recusei mais uma vez, para seu desapontamento, a despeito de a Eliziane ter assistido tudo, o Lindomar Guareski e a Daiane James também terem a assistido.

Meu querido amigo mal sabia que meu código de ética não me permite fazer esse tipo de negócio e ficou muito entristecido comigo.

Passado algum tempo, o Dr. Sérgio Batista Garcia, irmão dele, me disse que ele houvera morrido queimado na lareira de sua casa, onde ele caiu, certamente bateu a cabeça, e teve seu corpo queimado.

Esse exemplo sintetiza um pouco de quem eu sou. Sou Justo para com as pessoas, até hoje não lesei ninguém em minha vida. Nem pretendo lesar até minha morte. Inobstante isso, já fui vítima de quantidade de golpes, de duros golpes, os quais não vou contar para não apequenar as pessoas, que já são pequenas pela própria natureza humana.

Mas ontem descobri que fui vítima de uma mentira, de uma dura mentira, da última pessoa a quem eu achei que poderia mentir para mim. Mas, enfim, descobri o que eu até já suspeitava, mas nunca tinha tido uma prova cabal e irrefutável. Eu tenho pessoas inteligentes próximas de mim e um amigo, que sabe e baixa tudo de qualquer aplicativo de comunicação digital, foi tirar algumas dúvidas para mim, pois sua técnica era certeira e eu próprio me certificaria se tudo era mentira ou não.

Pois o inacreditável aconteceu. Na noite de ontem descobri toda a mentira. A pessoa que eu mais amo no mundo, estava mentindo abertamente para mim.

O efeito foi devastador em minha alma. Parece que que espadas fictas cortaram minha alma em pedaços e meu espírito foi esfarelado.

Não sei como vou me recuperar daqui para frente. Foi tudo em vão, minha luta, meu coração puro para com essa pessoa, meu amor, meu carinho e toda a dedicação do mundo. Ela teve tudo de mim, e teria até minha vida, se preciso fosse. Mas ela matou-me.

A noite dessa sexta-feira para sábado foi meu velório. Morreu o amor. Meu código de ética me falou: – tu perdeu Júlio César. 

Peguei a derrota e os pedaços de alma e espírito e deitei embaixo de um cobertor. Não dormi, fiquei recapitulando tudo e impressionado.

Um dia, o Irmão Joaquim, historiador da Igreja da Comunidade, me disse e me alertou sobre as dores que eu sofria. Ele foi preciso e certeiro.

Vou pedir sabedoria para Deus, embora, conhecendo-me, sei que foi o fim de tudo.

Foi a morte em vida. Nunca mais serei o mesmo homem . Minha alma já foi, sobrou um corpo, que sem sentido, será um zumbi, não mais que isso.

Quando a dor é tamanha, não cabem lágrimas. Pelo menos, comigo é assim.

Apenas minha alma chora e meu espírito tenta passar um lenço para evitar que se derrame tudo.

 

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