Direita e esquerda no poder, mas nada muda acerca do carnaval

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Sai cedo. Percorrer as ruas vazias é algo – até certo ponto – tétrico. E pensar que amanhã será assim, da mesma forma.

Vejo manchetes e estatísticas. O carnaval injeta 8 bilhões na economia. Todos acreditamos, acriticamente.

Aposto que as perdas são bem maiores. Embora se reconheça que alguns setores realmente ganhem.

O carnaval é pensado como se toda a população fosse foliã. Erro absurdo. Algo em torno de 80% da nossa população não participa de tais eventos, marcados pelas drogas, brigas, acidentes, beberagem, lascívia, exposição e exibicionismo corporal. Jurava que o presidente Bolsonaro fosse acabar com essa farra, especialmente esses feriados de segunda e terça; que se estendem até a quarta-feira pela manhã.

Manchete do Jornal Correio do Povo, edição de hoje, mostra o auge do carnaval em Porto Alegre, segundo estimativas oficiais reuniu cem mil pessoas. A população de Porto Alegre é de um milhão, quatrocentos e noventa mil pessoas. Isso demonstra que pouco mais de 5% da população participa. É claro, as pessoas buscam à serra, praias, interior … mas mesmo a folia de Porto Alegre também é engrossada pelos moradores de bairros de Canoas, Alvorada, Viamão, Gravataí, Guaíba. em suma, da região metropolitana da capital, que formam este contingente de cem mil pessoas.

É claro, fica evidente, que em nome de uma minoria, e da imposição do comércio de bebidas, toda a população é obrigada a sujeitar-se as consequências da zoeira, riscos permanentes e previsíveis de direção perigosa, brigas e tudo que decorre destas “festividades”.

O carnaval poderia bem começar na sexta-feira e até estender-se até domingo e pronto. Afinal, quem alimenta galinhas, porcos, vacas … não pára. Quem cuida das lavouras, também não pára. Quem cuida de segurança e da saúde, também não pára.

Eu achei, na minha santa ingenuidade, que o governo Bolsonaro seria sensível aos apelos evangélicos. Mas não, saíram pregando o não assédio e distribuindo preservativos (aqueles preservativos que não resiste a uma transa com pegada). Não sei se distribuíram gel para facilitar a penetração anal. Só sei que entre a direita e a esquerda no poder, não mudou nada no tocante ao carnaval.

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